O ex-governador do Acre, professor Binho Marques, usou sua página no Facebook para dizer que "O MEC foi reprovado no ENEM".
Binho, que já foi secretário de Educação do Acre e durante parte do governo Dilma ocupou o cargo de secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, afirmou que o órgão "quebrou a confiança" do Exame Nacional do Ensino Médio.
"Isso é fato. Foi reprovado especialmente por quebrar a confiança no exame. E não se quebra a confiança por uma atitude isolada, mas pelo conjunto da obra. Uma gestão que não utiliza evidência ou ciência para suas atitudes chega em qualquer lugar, menos onde deve chegar. Infelizmente o MEC é a maior expressão do terraplanismo que impera nesse governo. O MEC, que já foi exemplo de gestão na Esplanada, agora tem um Ministro com característica visivelmente infantis, que dedica 24 horas por dia para combater inimigos imaginários. Pior que o problema do ENEM é a ausência de qualquer-coisa-que-tenha-a-mínima-consistência para superar a baixa qualidade da Educação Básica. Isso sem falar no caso do FUNDEB. Estamos em fevereiro e o prazo de validade do Fundo, responsável por 63% do financiamento da Educação Básica, acaba em Dezembro deste ano. Se nada for feito agora, restará muito pouco a fazer."
Semana passada, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) apresentou à Justiça explicações sobre os problemas na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2019.
Um erro mecânico em pouco menos de 6.000 exemplares da prova acabou afetando, indiretamente, a correção dos testes feitos por 3,9 milhões de estudantes.
Em nota técnica, o Inep disse que o efeito foi estatisticamente desprezível — ou seja, não seria suficiente para prejudicar qualquer candidato, nem mesmo quem almeja uma vaga num curso muito concorrido.
Apesar das explicações do Inep, a desconfiança em relação a possíveis erros na correção das provas provocou uma enxurrada de ações judiciais da parte de alunos que se sentiram prejudicados — nada menos que 172 mil reclamações foram feitas ao MEC (Ministério da Educação), em um endereço de e-mail indicado pelo ministro Abraham Weintraub.
Além disso, até a quarta-feira da semana passada (22) pelo menos 250 estudantes já haviam apresentado reclamações ao MPF (Ministério Público Federal) a respeito de suas notas.