O senador Marcio Bittar (UB/AC) criticou a fala do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, que durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, disse que a soberania da Amazônia está ameaçada pelo crime organizado e pela insegurança, com a escalada da violência.
Ao analisar a fala, Bittar disse que está correta, porém o público para a qual ela foi dita é que está fora de contexto. Para ele, as pessoas presentes em Davos têm interesses na Amazônia. Ele mencionou que o Fórum de Davos é um “encontro de poderosos” que querem ditar regras para o restante do mundo.
“É o encontro de poderosos que não foram eleitos, que estabelecem políticas públicas e querem impô-las para todo o Planeta, usando muito da faceta das ONGs. Por isso, a fala do ministro Barroso, embora correta, presidente do Supremo Tribunal Federal, mas ela foi dita num ambiente errado. O ministro Barroso dizer no Fórum de Davos que a soberania da Amazônia está sob ameaça, ele estava falando no lugar em que as pessoas acham que a Amazônia não é só brasileira. Ela tem que ter uma administração mundial. Portanto, falou no público errado”, disse.
Para o senador acreano, a discussão sobre a soberania da Amazônia e o enfretamento contra o crime organizado são tarefas do governo brasileiro, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, que é presidido por Barroso.
“A soberania brasileira sob a Amazônia está sim ameaçada, mas para combater a parte que está sendo dividida e comandada pelo crime organizado, que está sendo comandada pela ONGs, nós temos que resolver isso aqui, no Brasil. E é tarefa do Congresso Nacional, do governo federal e também do Supremo Tribunal Federal”, afirma Marcio Bittar.
Veja o que o ministro Luís Roberto Barroso disse
“O Brasil corre risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado. Agora [a Amazônia] também passou a ser rota do tráfico, de modo que o Brasil precisa se conscientizar de que nós temos que ter uma política de segurança pública mais abrangente e isso repercute sobre o Poder Judiciário e é uma preocupação relevante que eu tenho. Essa é uma guerra que nós estamos perdendo. De modo que não importa a visão de cada um sobre o endurecimento da repressão ou sobre as experiências de legalização que há em outros países. Seja qual for o caminho que se escolha, nós temos que partir do pressuposto que o que nós estamos fazendo não está dando certo. E o maior problema que eu vejo é o domínio que o tráfico exerce sobre muitas comunidades pobres do Brasil”, afirmou.