O senador Márcio Bittar (UB) usou o pedido de investigação feito pelo Ministério Público Federal contra o pré-candidato a vereador, Francineudo Costa, para dizer que o Estado Brasileiro pratica “liberdade de expressão seletiva”.
No último sábado, 20, o MPF solicitou a abertura de um inquérito policial para investigar um possível crime de transfobia envolvendo Francineudo.
O procurador da República Lucas Costa Almeida Dias tomou a iniciativa após um portal de notícias relatar a expulsão da miss Acre trans de um banheiro feminino em um bar.
Francineudo Costa publicou em seu perfil no Instagram uma declaração afirmando que, se eleito, apresentaria um projeto de lei para proibir mulheres transgênero de usar banheiros femininos na cidade.
Um dia após a solicitação do MPF, Bittar afirmou que o órgão censura a opinião do pré-candidato e lembrou vários casos de grupos de esquerda no Brasil que se manifestam contra Jesus, a liberação das drogas e até a favor do Hamas, porém não são proibidos.
“Se você, assim como o Francineudo Costa, for dar a opinião de que o homem deve ter no seu banheiro e a mulher o dela, cuidado ao externar essa opinião. Assim como ele, você poderá ter o Ministério Público Federal pedindo à Polícia Federal que instaure inquérito contra você. Liberdade de expressão seletiva. As pessoas que concordam com o aborto se manifestam publicamente, assim como aquelas que se manifestam para a descriminalização das drogas, para a liberação das drogas. Aqueles que se manifestam com o símbolo do comunismo, a foice e o martelo, comunismo que no século passado matou mais de 100 milhões de pessoas, têm o seu direito garantido. A passeata gay pode até brincar com Jesus, que nada lhes acontece. Aliás, tem pessoas ultimamente se manifestando a favor do Hamas, um grupo terrorista, e mesmo assim, essa liberdade desse grupo de expressar a sua opinião é garantida. O Brasil vive hoje um momento em que só quem pode se manifestar livremente é quem está com uma agenda à esquerda. Quem discorda disso, mesmo que 80, 90% da opinião brasileira esteja com ela, tem que tomar cuidado, porque poderá ter uma ação do Estado brasileiro contra o seu direito de opinar.”