O senador Marcio Bittar (UB/AC) votou contrário à indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu voto, Bittar disse a Dino que não votaria nele por estarem em campos políticos diferentes, mas que não era nada “pessoal”.
“Nós dois, senador Flávio Dino, estamos em campos diferentes. Eu também concordo com o senador Magno Malta. Não é possível alguém não levar com você as suas convicções, as suas ideologias para onde vai. O Supremo vota e se debruça sobre matérias que tem fundo ideológico. O marco temporal tem fundo ideológico, por exemplo. Eu não posso acatar a indicação do presidente da República. Então, eu não vou poder lhe acompanhar. Não é nada pessoa, são posições políticas diferentes”, disse Bittar a Dino, que é sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Bittar disse ainda que Amazônia não pode ser descartada das discussões nacionais, sobretudo questões que envolvem os interesses de quem vive na região. Para ele, o capital estrangeiro acaba influenciando nas decisões regionais sem levar em consideração, de fato, os olhares de quem mora no Norte do país.
“Das honrarias que a vida me deu, uma das maiores é representar o estado do Acre aqui nesta Casa. Eu sou acreano desde os 10 anos de idade. Eu sou um homem da Amazônia. Eu sou homem do Norte. Como político, e hoje senador, eu creio que o debate sobre a questão da Amazônia, que é mais da metade do território nacional, não é uma questão local, embora seja também uma questão local, mas é uma questão nacional que eu entendo que o Brasil, o centro do poder dar muita pouca importância verdadeira a esse tema. E eu registro com lealdade por honestidade que o único presidente que agiu para interromper essa pouca vergonha do dinheiro vindo de fora, mandando em mais de 60% do território nacional, foi o presidente Bolsonaro”, pontuou.