O bloqueio da BR 317 pelas lideranças indígenas Apurinãs já dura mais de uma semana e os resultados negativos na cidade de Boca do Acre já começaram a aparecer, no que concerne principalmente ao desabastecimento de produtos como combustível e gás de cozinha, além dos alimentos perecíveis de estivas em geral.
Outro fator que tem gerado preocupação é o racionamento de energia ou até mesmo um blackout geral, já que a empresa opera no modo termelétrica e depende de combustível para poder operar.
"Conforme comunicado oficial divulgado a população, estamos com o atendimento comercial suspenso por conta da falta de combustível no município, os atendimentos emergenciais estão sendo realizados em perímetro urbano. Não descartamos possibilidade de blackout. Até o momento o fornecimento de energia, permanece normal", explica Glaura Daniela, Supervisora da Amazonas Energia em Boca do Acre.
O comércio varejista já sente a falta de alguns itens, o que acontece de forma paulatina.
"Já falta sim produtos diversos, por enquanto estamos recebendo produtos perecíveis de forma lenta", relata o empresário Rarife Calacina. "O que acontece, o nosso abastecimento aqui via fluvial não funciona, não tem logística, então, nós dependemos da BR, porque todos os nossos produtos vem de fora. E com essa paralisação de 10 dias, os produtos estão acabando, e os próprios fornecedores chegaram a um ponto de suspender as vendas, porque realmente não adianta, já que não vão permitir a passagem", lamenta o empresário Izaque Fidelquino.
Existem várias filas nos postos de gasolina da cidade, tendo em vista o medo dos populares de ficarem sem seus veículos abastecidos. As requisições de entidades parceiras estão sendo rejeitadas, só entra dinheiro, já que os empresários estão com medo de não haver resolução imediata.
"A situação é a seguinte, nós estamos com um restante de combustível pra distribuir, e os postos na cidade não tem gasolina comum, só aditivada, aliás estão praticamente secos. Ainda tenho um pouco de diesel. Ainda existe esperança de abertura", disse um empresário que não quis ter o nome revelado.
O gás de cozinha é outro produto que preocupa pela falta, alguns representantes locais já estão trabalhando apenas com botijas de menor tamanho, enquanto outros já não dispõem do produto.
A presidente da Câmara de Boca do Acre, Taísa Onofre (PP) emitiu no dia de ontem vários ofícios para alguns órgãos competentes, no intuito de obter informações que possam ajudar a população. Já o prefeito Zeca Cruz (União Brasil) se reuniu com as lideranças Indígenas, secretários e vereadores da base governista, e disse que vai solicitar apoio de parlamentares federais, para conseguir um acordo e consequentemente o desbloqueio.