Ex-deputado federal resistia a prisão e disparou contra policiais federais; dois ficaram feridos
O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o ex-deputado de extrema direita Roberto Jefferson (PTB), preso neste domingo (23), de criminoso e bandido.
O chefe do Executivo anunciou sua prisão em vídeo divulgado nas redes sociais. Jefferson já estava em prisão domiciliar e resistia ao novo mandado de prisão nesta tarde, após chamar a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia de "prostituta".
"Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", afirmou.
Mais cedo, ele havia tentado se distanciar do seu apoiador. Em live de sua campanha, disse que não teria uma foto com Jefferson, o que não é verdade.
Imagens dos dois juntos estão registradas e foram divulgadas pelo PTB, partido de Jefferson desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, em 2019.
Carregando post do Twitter
Nas redes sociais de Jefferson, também há publicações com os dois, como uma foto publicada em abril de 2021.
O ex-deputado de extrema direita também foi recebido algumas vezes no Palácio do Planalto. De acordo com a agenda oficial, Bolsonaro teve reuniões com Jefferson ao menos duas vezes.
Jefferson resistiu à prisão, disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra policiais federais. Dois deles ficaram feridos.
Nas redes sociais, mais cedo, Bolsonaro havia repudiado as declarações do ex-deputado, e determinado que o ministro da Justiça fosse ao local acompanhar o episódio.
"Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", disse Bolsonaro, em uma crítica às investigações sob a alçada de Alexandre de Moraes.
Uma parte mais radical de aliados do presidente fizeram uma defesa de Jefferson. Reservadamente, alegam que, apesar de ele ter usado palavras equivocadas, trata-se de liberdade de expressão.
A operação ocorre um dia após Jefferson xingar Cármen Lúcia, a comparando a "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas" em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.
Jefferson gravou imagens de suas câmeras de segurança com agentes da PF no seu portão, dizendo que não se entregaria e mostrando, depois, o vidro estilhaçado da viatura após a troca de tiros.
"Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", afirmou Jefferson, no início da tarde, em vídeo gravado dentro da casa do ex-deputado, em Comendador Levy Gasparian (140 km do Rio).