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POLÍTICA

Bolsonaro diz que vai vetar trecho da ajuda aos estados que libera reajuste salarial para servidores

Bolsonaro diz que vai vetar trecho da ajuda aos estados que libera reajuste salarial para servidores

Projeto previa congelamento de salários, mas deputados e senadores incluíram diversas categorias como exceções. Ministro da Economia quer congelamento até o fim de 2021.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (7) que vai vetar o trecho do projeto de ajuda aos estados que abre a possibilidade de reajuste salarial para categorias de servidores públicos, mesmo em meio à pandemia do coronavírus.

A versão inicial do projeto previa que a ajuda financeira da União a estados e municípios tinha, entre as contrapartidas, o congelamento nos salários dos servidores. Durante a tramitação no Congresso, parlamentares incluíram no texto categorias que poderiam ter o reajuste. O projeto foi aprovado nesta quarta (6).

Antes de Bolsonaro afirmar que vai vetar o trecho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia dito que sugeriria o veto.

"O que nós decidimos? Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia. E não é de maneira cega, não. É de maneira consciente e com razão. E se ele acha que deve ser vetado, esse dispositivo, assim será feito. Nós devemos salvar a economia, porque economia é vida", disse Bolsonaro.

Guedes defendeu que o funcionalismo público fique sem aumento salarial até dezembro de 2021. Para o ministro, a medida vai ajudar o país a atravessar a crise gerada pela pandemia do coronavírus.

"Eu estou sugerindo ao presidente da República que vete, que permita que essa contribuição do funcionalismo público seja dada, para o bem de todos nós", afirmou Guedes.

O presidente e o ministro falaram com a imprensa após uma visita surpresa ao Supremo Tribunal Federal (STF). Eles levaram empresários da indústria para uma conversa com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.

Na conversa, Bolsonaro, Guedes e os empresários expuseram a opinião de que medidas de isolamento social e restrição de mobilidade, para conter o avanço do coronavírus, não podem paralisar a economia. Desde que o vírus chegou ao país, Bolsonaro vem defendendo o relaxamento das medidas restritivas, tomadas por governadores e prefeitos.

 Na saída do encontro, Guedes afirmou que desde o início da crise o governo trabalha para salvar vidas e proteger empregos, com programas para minimizar o impacto econômico da pandemia, os empresários relataram que a atividade está indo para "UTI do ponto de vista de organização e engrenagem produtiva".

Segundo Guedes, os representantes da indústria alertaram para o risco de "começar" uma desorganização da economia daqui a 30 dias, com falta de produtos em prateleiras e risco de problemas sociais.

"O alerta que eles deram é muito importante, é o seguinte: embora haja proteção, o povo ainda tenha dinheiro na mão, daqui a 30 dias pode ser que comece a faltar nas prateleiras, pode começar a falta e desorganizar a produção brasileira e você entrar em sistema, não só de colapso econômico, mas de desorganização social', disse o ministro.

Restrições nos estados
A maioria dos estados têm estendido as medidas de restrição adotadas após o início da pandemia, e alguns têm tomado medidas mais rígidas.

Atualmente há dois estados no país que adotaram em algumas cidades, incluindo as capitais, o isolamento mais radical, o chamado "lockdown": Maranhão e Pará. Outros estados e municípios, como Rio de Janeiro e Fortaleza, também avaliam esta possibilidade de bloqueio total, e os ministérios públicos de Amazonas e Pernambuco pediram a adoção da medida, mas a solicitação foi negada pela Justiça.

Em Fortaleza, a prefeitura já intensificou a fiscalização do isolamento social, mas evita usar o termo "lockdow"'. Em São Paulo, a prefeitura ampliou o rodízio de veículo passa a vigorar inclusive aos fins de semana, e durante as 24 horas do dia.