General é chefe do Estado-Maior do Exército e foi o interventor militar na Segurança
O presidente Jair Bolsonaro convidou o general Walter Souza Braga Netto para assumir a Casa Civil no lugar de Onyx Lorenzoni. A informação, veiculada pelo jornal "Folha de S. Paulo", foi confirmada ao Valor por uma fonte próxima ao presidente. De acordo com essa fonte, o general ainda não aceitou o convite do presidente. Braga Netto, 62 anos, é o chefe do Estado-Maior do Exército.
Caso Braga Netto não aceite, Bolsonaro teria um plano B: o general Antônio Miotto, que é comandante militar do Sul. O presidente e seu entorno mais próximo vinham nos últimos dias trabalhando em um nome para substituir Onyx, que entrou em rota de colisão com alguns dos principais auxiliares do presidente.
Fontes afirmam que havia desavenças entre ele e Paulo Guedes (Economia). O clima também não é bom com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo
(Segov). Pesou também a insatisfação de Bolsonaro com Onyx em sua tarefa de fazer a articulação entre os ministérios.
Em meados do ano passado, Bolsonaro transmitiu a articulação política da Casa Civil para a Segov. Ramos assumiu a pasta já como articulador político do governo, o que causou mal estar com Onyx.
À medida em que Onyx se enfraquecia, Ramos se tornava um dos ministros mais próximos do presidente. O Valor apurou que Ramos foi um dos principais conselheiros de Bolsonaro na troca da Casa Civil.
Enquanto pensava em um substituto para Onyx, Bolsonaro também avaliava um destino para o ministro, que foi um dos primeiros a acreditar em sua candidatura.
Onyx negou hoje que poderá assumir o Ministério da Cidadania, no lugar de Osmar Terra. "Não, ninguém falou isso", disse, em um evento em Brasília. Aliados de Onyx
admitem a pressão pela saída dele da Casa Civil, mas acreditavam na manhã de hoje que não haveria mudanças nos próximos dias.
Bolsonaro fez um gesto a Terra ao recebê-lo no Planalto para um almoço junto a voluntários de um programa anti-drogas. Em um vídeo divulgado no Twitter, após a reunião, Terra discursou ao lado do presidente.
"Devemos muito ao presidente Bolsonaro, que é o nosso patrono aí, que nos inspira para continuar esse trabalho. Só ele, e eu conheço a política brasileira há muitos
anos, há décadas, só ele teve coragem de fazer o que foi feito até agora", disse Terra, em relação ao programa contra o uso de drogas.