Salvo exceções, as prefeituras do Acre enfrentam problemas sérios de identidade e harmonia entre prefeitos e vices. Em Porto Acre, o prefeito Bené Damasceno (PROS) acusa o vice-prefeito, Augusto Aquino (PV) de armar, juntamente com vereadores daquele município, para desequilibrar sua administração.
O fato é semelhante ao que aconteceu em Senador Guiomard, onde o prefeito afastado, André Maia (PSD), preso em uma Operação da Polícia Federal, é acusado de desvios de recursos da Saúde. André Maia conseguiu um habeas corpus e atualmente cumpre medidas cautelares.
Com a saída de André Maia, o vice-prefeito Judson Costa (PP) assumiu a prefeitura, mas em poucos meses renunciou o cargo afirmando incompatibilidade com a função pública. Logo, em seguida, Gilson da Funerária (PP), presidente da Câmara Municipal, à época, assumiu o cargo. Acontece que Gilson é uma das pessoas arroladas no processo que incriminam André Maia.
Nessa novela mexicana e digna de roteiro de filme hollywoodiana, Porto Acre caminha para o mesmo enredo. Um grupo de três vereadores entrou com um pedido de CPI na Câmara de Porto Acre. Eles querem apurar denúncias de caronas feitas para aquisição de medicamentos com Senador Guiomard e Sena Madureira. Somado todos os contratos listados pelos vereadores, os valores chegam aos R$ 6 milhões.
O prefeito Bené Damasceno afirma que não há ilegalidade nas compras e afirmou que as portas da Prefeitura estão abertas para os órgãos de controle e a imprensa. Ele lamenta que sofra ataques do vice e de parte dos vereadores. O gestor destaca, ainda, que tem um compromisso com mais de 17 mil habitantes e lembra que, antes disso, tem um compromisso moral com sua família.
“Infelizmente vimemos dias difíceis na política, eu não cederei a caprichos de vereador nenhum. Eu fui ser prefeito de Porto Acre não foi para me locupletar com o erário público, mas para contribuir com a sociedade. Eu nunca precisei me apropriar de recurso público de ninguém. Tenho minha consciência tranquila. O vice-prefeito não é ruim não, é péssimo”, disse Bené Damasceno que cumpre agenda em Brasília e deve retornar ao Acre no dia de hoje.
Em Capixaba, o prefeito José Augusto (PP), acusado de desvios de recursos da Saúde e preso na Operação Ícaro da Polícia Federal busca voltar ao cargo. Acontece que o juiz que analisa o caso prorrogou por mais 30 dias o afastamento. A informação obtida na Prefeitura de Capixaba confirma que o vice de José Augusto, segue despachando normalmente. Aparentemente não há nenhuma rusga entre Antônio Cordeiro (MDB) e José Augusto.
Em Rio Branco, apesar do ex-prefeito Marcus Alexandre (PT) viver em harmonia com a atual prefeita Socorro Neri (PSB), foi só Marcus deixar a cadeira de prefeito que uma varredura petista foi feita na administração. Petistas como Gabriel Forneck, que coordenava a RBTrans, André Kamai, chefe da Casa Civil de Marcus Alexandre, foram demitidos.
Até mesmo a Educação que tinha o professor Márcio Batista coordenando com sucesso a pasta, a prefeita Socorro Neri resolveu inovar a gestão e colocou outro comunista no lugar, o ex-deputado estadual Moisés Diniz.