Setembro Amarelo é uma campanha importante de conscientização sobre a saúde mental. Em Rio Branco, o Centro Pop, principal referência de atendimento a pessoas em situação de rua, está promovendo eventos como palestras, ações sociais como corte de cabelo e serviços de saúde para este público. Nesta quarta-feira (20), o atendimento durou o dia todo.
“E qual é a intenção? Levar autoestima para essas pessoas que, às vezes, tem momentos que você encontra na rua, vê passando na rua, aí diz: ‘Nossa, aquela pessoa tá suja, não está em condições de conversar, de tomar um banho”, diz Liberdade Leão, coordenadora do Centro Pop.
É um exemplo inspirador de apoio e cuidados que mobiliza também parceiros. É o caso do cabeleireiro Alcimar Rodrigues, que de forma voluntária se ofereceu para cuidar da beleza dessas pessoas. “A gente mexe com a autoestima da pessoa e, trazer essa felicidade, é mudar a autoestima dessa pessoa nem que seja por um momento. Pra gente é satisfatório”. A satisfação é também do seu Francisco Moura. “Quem é que vai ter dinheiro todo mês, pra gente que não tem trabalho, não tem nada, vive na rua, é muito bom”.
Hoje Rio Branco tem cadastradas 500 pessoas em situação de rua. Para o André, que é representante dos moradores em situação de rua, eventos como esse, os aproximam e estimulam o convívio social. “Eu acho muito importante o desempenho, principalmente da direção do Centro Pop, em conseguir trazer até essas pessoas, um pouco de dignidade de ter seu cabelo cortado, a sua barba, as mulheres fazerem alguma coisa, o alto-astral deles cresce mais um pouco”.
As várias atividades sociais que estão sendo realizadas, como corte de cabelo, palestras sobre saúde mental, aferição de pressão, atendimento psicológico e outros serviços importantes, é uma forma de promover conscientização e cuidado para a população.
“Se precisar ir para aa UPA, no pronto-socorro, uma situação de saúde nós levamos, encaminhamos, vemos questão de exames, temos também rodas de conversas, temos palestras, temos também um trabalho com a educação”, explica a coordenadora do Centro.
Um exemplo de reinserção pela educação é a do Gilson Kenedi, que já está na rua há mais de dez anos. Ele encontrou na educação uma ponte para voltar ao convívio social e está cursando a EJA, Educação de Jovens e Adultos. Ele diz que foi em uma ação social como essa que encontrou uma ponte para uma nova vida.
“O que me estimulou foi exatamente isso, estar nas ruas, não ter estudo e se você não tem estudo as portas ficam fechadas pra você. Então tem que ser através do estudo, da educação, porque se não a coisa não vai, a coisa não anda. Quero chegar ao mais alto que eu puder, se eu conseguir terminar o médio, eu penso em fazer uma (faculdade) educação física”.