No episódio desta semana do Podcast Conversa Franca, o vereador Eber Machado (MDB) trouxe à tona reflexões sobre a condução da Câmara Municipal de Rio Branco e a relação dos parlamentares com o Executivo. Durante a entrevista, Machado comentou a postura do presidente da Casa, vereador Joab Lira, e destacou a influência do prefeito Tião Bocalom sobre um grupo de vereadores.
Segundo Eber Machado, a postura de Joab Lira à frente da Câmara tem sido surpreendente. “O presidente da Câmara, o vereador Joab Lira, tem adotado um posicionamento que, para ser sincero, tem me surpreendido. Eu não sei o que acontece nos bastidores, porque não estou com ele, mas, ali na Câmara de Vereadores, ele tem conduzido os trabalhos e permitido que os debates aconteçam”, afirmou.
No entanto, o parlamentar ponderou que Joab Lira possui uma forte ligação com o prefeito Bocalom, o que pode complicar sua atuação como líder do Legislativo. “Sabemos que, querendo ou não, ele tem uma ligação muito forte com o prefeito. E, para ele, como presidente da Câmara e líder de 20 vereadores, essa relação pode ser complicada. Na política, tanto no nosso estado quanto no Brasil como um todo, infelizmente, a maioria é quem define os rumos. E, hoje, essa maioria está ligada ao prefeito”, pontuou.
Divisão interna e influência do Executivo
Eber Machado também revelou que alguns parlamentares expressaram o desejo de votar de forma independente, mas, por questões políticas, não conseguem se posicionar livremente. “Muitos já chegaram até mim dizendo que gostariam de ter a liberdade de votar como eu voto, de se posicionar como eu me posiciono, mas, por algumas circunstâncias, não conseguem. Esse sentimento existe entre os vereadores.”
Ele mencionou que atualmente cinco vereadores mantêm uma postura independente dentro da Casa, destacando os nomes de Fábio Araújo, André Camai e Zé Lopes. Este último, segundo Machado, assinou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que o grupo tem apoiado.
Por outro lado, ele criticou um grupo de parlamentares que, segundo ele, “se rendeu às graças do prefeito Tião Bocalom”, em troca de benefícios do Executivo. Entre os nomes citados nesse grupo, estão Leôncio Castro, Márcio Mustafá, João Paulo, Moacir Júnior e Matheus Paiva.
“Choveu na roça” e favorecimento político
O vereador usou a expressão popular “choveu na roça” para explicar a suposta troca de favores entre vereadores e a gestão municipal. “ choveu na roça’ é um termo político que se refere a vereadores que, de alguma forma, foram agraciados pelo Executivo e passaram a agir conforme os interesses da Prefeitura”, explicou.
Segundo ele, um dos principais benefícios recebidos pelo grupo aliado do prefeito estaria na Secretaria de Obras Públicas (PP), responsável pela limpeza da cidade e outras ações estruturais.