O anúncio do engenheiro civil Marcus Alexandre de deixar o Tribunal Regional Eleitoral para voltar à Secretaria de Obras do Estado, órgão em que ele é servidor efetivo, ocorreu exatamente após denúncia anônima encaminhada ao TSE e ao TRE com pedido de abertura de um processo administrativo disciplinar cobrando “justiça, isonomia e imparcialidade”.
O denunciante, que não tem o nome revelado no documento, lembra que “aos servidores do TRE, sejam os efetivos, comissionados, cedidos, ou qualquer servidor que esteja em exercício, devem manter uma posição de neutralidade política, justamente porque o órgão é o responsável na fiscalização e julgamento das contas e candidaturas nos pleitos eleitorais” e cita: “O servidor Marcus Alexandre, ex-prefeito pelo PT, servidor cedido e em exercício neste órgão, já manifestou sua posição de pré-candidato para as eleições municipais de 2024, inclusive participando de diversas reuniões políticas, reuniões partidárias, caminhadas em bairros fazendo campanha, participando de reuniões de greves, diversos atos, incompatíveis com a conduta de um servidor deste órgão”.
Procurado, Marcus Alexandre disse que sequer tinha conhecimento da denúncia e afirmou que sua saída ocorre por um prazo já estabelecido por ele e previamente anunciado no TRE e ao presidente do órgão, desembargador Francisco Djalma.
“Solicitei meu retorno para o Estado. Hoje é meu último dia no TRE-AC. A gestão do doutor Djalma, que me convidou, se encerra agora nos próximos dias (Biênio 2021/2023). Cumpridas as metas de trabalho que a gestão estabeleceu como prioridade, quando cheguei em Dezembro/22, retorno para o órgão de origem. Meu nome acabou entrando no debate das eleições de 2024, portanto, entendo este ser o melhor caminho agora. Mesmo considerando que não tenho filiação partidária e que neste ano não temos eleições. Esta decisão foi tomada semanas atrás... mas o comunicado ao Estado coincide com o encerramento do mês que antecede o final da gestão.”
Marcus Alexandre relembra que se desfiliou em dezembro do ano passado, exatamente com o objetivo de se manter imparcial no período em que passou a trabalhar no TRE cedido pelo Estado.
O engenheiro reforçou ainda que as eleições só acontecem em 2024 e que jamais descumpriu o código de ética de servidores do TRE. Suas reuniões acontecem aos fins de semana e fora de expediente.
Agora ex-petista, Marcus terá uma agenda com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), no dia 8 de agosto. Há expectativa de que ele se filie ao partido.