O tema central dos discursos na Assembleia Legislativa do Acre nesta terça-feira (27) foi com relação à falta de abrigos no parque de exposições Wildy Viana para abrigar as pessoas desalojadas pela enchente do Rio Acre, em Rio Branco. O primeiro a falar foi o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB). Ele mostrou imagens feitas pelo ativista político Francisco Panthio.
“Para dar uma pequena amostra que não adianta pegar um helicóptero e sobrevoar, fazer coletiva, se o básico não se toma providências. Montagem de boxes para receber alagados no parque de exposições, se faz um mês antes das águas subirem. Isso já foi feito, não quer dizer que é novo não. Todo janeiro, todo fevereiro ou todo março, pode alagar. Você deixa pronto para receber as pessoas. Não adianta fazer a falsa propaganda se a atitude humanitária você não dar consequência, o gesto humanitário. Essas imagens é a demonstração da incompetência do poder público municipal em organizar a acolhida daqueles que estão sofrendo muito. Em um momento como esse é preciso a presença das lideranças no Estado para tratar e enfrentar os problemas. Ontem mesmo, o governador estava para um lado e o prefeito estava para outro e a população aí esperando que um carpinteiro bata um prego numa pernamanca para montar o refúgio para aqueles que precisam ser abrigados. É isso que estamos vivendo”, disse Edvaldo Magalhães.
Afonso Fernandes (PL) também fez coro à fala de Edvaldo Magalhães e em tom de ironia, disse que o prefeito Tião Bocalom (PP) poderia usar a tecnologia que vai construir 1001 casas em um dia, para construir os abrigos.
Michelle Melo (PDT) disse que em ano eleitoral, muitos andam nas áreas alagadas, porém não apresentam resultados práticos. “Infelizmente, os boxes não estão prontos, não estão feitos. Em ano eleitoral muitos molham as pernas, mas a gente ver que de fato o resultado não acompanha”.
“Todos nós acompanhamos pela imprensa e pelo noticiário o projeto de construir 1001 casas e um dia. Poderia usar essa mesma tecnologia para construir os abrigos, não é verdade? Tem que deixar de brincar com o sentimento da população”, disse Afonso Fernandes.
O emedebista Tanízio Sá afirmou que se gastou muitos recursos no Carnaval pela Prefeitura de Rio Branco, mais de 2 milhões, porém a construção dos boxes para atender as famílias alagadas foram esquecidos.
Já deputado Eduardo Ribeiro disse que é preciso planejamento, mas destacou a atitude do governo federal e do governo do Acre em socorrer às famílias, reconhecendo de imediato o decreto de calamidade pública. “Tem que começar a pensar se não é preciso um grupo permanente, um estudo permanente, pessoas focadas sempre nesses eventos climáticos”.