Com a negação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na noite de ontem (27), o Acre poderá não contar as 700 mil doses da vacina russa Sputnik V que seriam adquiridas junto ao Consórcio do Nordeste. A agência sanitária verificou que a Sputnik não conseguiu comprovar que o imunizante atende a padrões de qualidade e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada.
A decisão dos conselheiros da Anvisa em resposta a uma pedido de 14 estados que solicitavam a importação emergencial de 30 milhões de doses, dentre os quais 700 mil do Acre.
Ainda no estudo, a Gerência de Medicamentos apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
Outro ponto que coloca o uso da Sputnik V em suspeição é o relatório apresentado pela Gerência de Inspeção e Fiscalização. Os técnicos da Anvisa não puderam visitar todos os locais de fabricação da vacina durante inspeção na Rússia; dos sete pontos previstos, técnicos conseguiram visitar apenas três locais.
Para piorar a situação, o Fundo Russo tentou cancelar inspeção presencial e não autorizou acesso ao Instituto Gamaleya, que faz o controle de qualidade, o que torna o processo de fabricação sem transparência. Além disso, a Anvisa não conseguiu identificar os fabricantes da matéria prima da vacina.