O clima foi de frustração para autistas e pais de autistas que compareceram à Assembleia Legislativa do Acre na manhã desta quinta-feira (2). A audiência solicitada pela Mesa Diretora para discutir a causa autista não aconteceu. Com exceção do presidente Luiz Gonzaga, nenhum deputado compareceu.
Demonstrando-se contrariado, Luiz Gonzaga disse que não houve audiência porque os secretários de Estado de Governo convidados não compareceram. Alguns deles, enviaram apenas representantes, com é o caso das secretarias de Governo, de Educação e de Saúde.
“É, infelizmente, nós vamos ter que marcar outra data. Por conta do feriado, a nossa audiência está sem representatividade. Não tem nenhum secretário aqui. Fazermos audiência pública só por fazer, esse não é o nosso propósito. Nós queremos fazer uma audiência pública aonde a gente escute as mães e busque soluções dos problemas e para isso nós precisamos da presença dos secretários, principalmente de Saúde tanto do Município quanto do Estado que é quem tem a solução”, disse Gonzaga.
Questionado sobre o baixo quórum de deputados, Luiz Gonzaga culpou o ponto facultativo decretado pelo governador Gladson Cameli (PP) no meio da noite de ontem (1).
“Por conta desse feriado, muita gente está aproveitando o feriado. Infelizmente, a gente não contava com isso”, disse o presidente da Assembleia Legislativa do Acre.
Sentimento de frustração mesmo ficou para as famílias dos autistas. A professora Cámala Menezes, autista e mãe de autista, disse que o ponto principal reivindicado é a presença de mediadores nas escolas de ensino fundamental, creches e do ensino médio.
“Não faz sentido discutir de nós para nós mesmo. É preciso a presença de todos”. E acrescentou: “Falando como uma mãe, porque eu também tenho uma filha autista. Nós estamos reivindicando principalmente a questão da permanência dos mediadores na sala de aula em todos os níveis. Estamos falando de toda a Educação Básica. Não estamos falando só lá de creche, de pré-escola ou fundamental I e II. Estamos falando de ensino médio, estamos falando de autista adulto, de faculdade. As faculdades, elas não têm os monitores, por exemplo, para pessoas. Eles não têm um núcleo de apoio para outras questões. O autismo não é doença, ele é um funcionamento”, disse Menezes.