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POLÍTICA

Como aconteceu nos governos do PT, minirreforma de Gladson  transforma massa falida do Estado em cabide de emprego

Como aconteceu nos governos do PT, minirreforma de Gladson transforma massa falida do Estado em cabide de emprego

Dos 450 cargos anunciados 435 destinam-se a quatro empresas que estão em fase de liquidação extrajudicial - Colonacre, Codisacre, Acredata e Sanacre. Que não têm função desde o final da década de 1990 e serviu como cabide de empregos em todas as administrações capitaneadas pelo PT nos últimos 20 anos

A reforma administrativa elaborada pela equipe do governador Gladson Cameli (Progressistas) vai ser um prato cheio para as críticas dos deputados de oposição. Apesar de se esbaldarem durante 20 anos com os cargos comissionados da máquina pública os oposicionistas que integraram a Frente Popular do Acre (FPA) vão promover um verdadeiro bombardeio contra a gestão Cameli. Após extinguir mais de 50% dos cargos comissionados criados nos governos petistas, atendendo ao apelo dos famintos deputados da base de sustentação, a atual administração apresentou a reforma criando 450 novos cargos em empresas em fase de liquidação. As mesmas  que também foram usadas como cabide de empregos nas administrações comandadas pelo PT.

Enviada para a aprovação dos deputados no Pode Legislativo, a minirreforma destina 87 cargos para a Companhia de Desenvolvimento Agrário do Acre (Colonacre), sendo 21 CECs (Cargos Comissionados) e 66 FGs- Funções Gratificadas, com salários que variam de pouco menos de R$ 2 mil a R$ 16 mil. Para a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Acre (Codisacre) mais 95 cargos divididos em 17 CECs e 76 FGs. A Empresa de Processamento de Dados do Acre (Acredata) foi agraciada com 84 cargos - 12 CECs e 72 FGs. Mas é a Sanacre, antiga Companhia de Saneamento do Acre, que perdeu a função com a criação do Depasa, a que será a mais inchada das empresas falidas. Nada menos que 171 cargos estão sendo destinados à Sanacre, divididos em 21 CECs e 150 FGs. 

Mudou a administração, mas os métodos para acomodar os aliados permanecem. As quatro empresas que compõem a massa falida do estado agregam uma dívida que gira em torno de R$ 588 milhões. Só a Sanacre, tem contas a pagar que chegam a R$ 192 milhões. As quatro empresas robustecidas em número de funcionários pela minirreforma, não têm função desde o governo Orleir Cameli- 1995-1999), e estão em fase de liquidação extrajudicial, ou seja, os servidores que ocuparem os cargos na massa falida pouca serventia terão ao estado. As empresas que foram usadas pelo PT para acomodar dirigentes e indicados de partidos nanicos terão o mesmo papel na gestão progressista que, “em nome da governabilidade”, cedeu aos aliados que choramingam por “emprego”.

Na Assembleia Legislativa, nem a base de sustentação do governo e muito menos a oposição estavam preparadas para a dimensão do projeto. “O governo falou em ajuste o tempo todo, mas na verdade enviou para a Assembleia uma reforma profunda, ampla e custosa e sequer está dando ciência da quantidade real de cargos nem o valor que isso representará para o erário”, afirma o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), um dos principais líderes oposicionistas que deverá engrossar a fileira dos críticos políticos da FPA que esqueceram os tempos em que pilotaram os mais de dois mil cargos comissionados e usarão a proposta de criação de cargos para minar a administração de GLadson Cameli, que ainda busca um acerto político com os antigos e novos apoiadores.

Procurado pela reportagem para comentar sobre os cargos criados nas empresas da massa falida do estado, o líder do governo e dissidente do bloco de apoio das administrações petistas, Luiz Tchê (PDT) foi econômico nas palavras. O pedetista afirma que são cargos para a administração direta e indireta, mas não respondeu quantos serão e qual o custo que representarão para o estado. “Está na Lei. Tem inclusive nota técnica, isso nunca existiu nos outros governos”, destaca, ao deixar nas entrelinhas que os governos que integrou na FPA criavam cargos sem justificar a necessidade e a serventia que os servidores nomeados teriam para a administração estadual.