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POLÍTICA

CPI da Violência contra Mulher vota por cassação de Arthur do Val

CPI da Violência contra Mulher vota por cassação de Arthur do Val

Processo tramita no Conselho de Ética da Alesp, colegiado que vai decidir sobre a punição do deputado

A CPI da Violência Contra a Mulher na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) votará, nesta segunda-feira, seu relatório final. O texto pede a cassação do deputado Arthur do Val (sem partido), que se  desfiliou do Podemos e  saiu do Movimento Brasil Livre no último dia 8, após alguns áudios do deputado serem vazados comparando a fila de refugiados com "a balada mais top", segundo áudio do parlamentar "só tinha deusa" na fila . Além do pedido de cassação da CPI, Do Val é alvo de ao menos 19 outras  solicitações de cassação de mandato. O processo tramita no Conselho de Ética da Alesp, colegiado que vai decidir sobre a punição do deputado. 

Além da cassação, o relatório da CPI também faz uma série de recomendações para o governo: ampliação de recursos para às políticas públicas de enfrentamento da violência contra a mulher, aumento do número de Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) e ampliação de unidades que funcionem 24 horas por dia; e a ampliação de recursos para as políticas públicas de enfrentamento da violência contra a mulher, entre outras medidas. 

Na última semana, o deputado encaminhou uma carta para seus colegas da Alesp pedindo desculpas e, sinalizou que não merece ter o mandato cassado. “Peço encarecidamente que considere a ausência de dolo e de dano a terceiros na dosimetria da pena. Se de um lado a punição é necessária, a cassação se faz excessiva", escreveu Do Val. 

Mas, o relator da CPI não atendeu à solicitação do colega parlamentar e incluiu o pedido da cassação do mandato. Para Thiago Auricchio (PL), Arthur do Val “violou a dignidade da pessoa humana, extrapolando o seu direito de expressão como deputado estadual e, desta forma, excedendo o manto da sua imunidade parlamentar”. 

Na carta de Do Val, foi mencionado o caso do assédio sofrido por Isa Penna (PSOL), ocorrido em dezembro de 2020 , em que Fernando Cury (sem partido) apalpou os seios da parlamentar e foi punido com seis meses de suspensão. A pena foi considerada baixa por outros deputados. Alguns deles pediam também a cassação do mandato de Cury.

O assédio sofrido por Isa Penna não foi mencionado no relatório do Auricchio. Segundo a assessoria do relator, ‘’a Alesp já havia analisado, votado e punido o Fernando Cury”.

Para a sessão desta segunda-feira, que deve votar o relatório, cinco homens e duas mulheres integrarão a bancada da CPI, formada por Milton Leite Filho (União Brasil), Delegado Bruno Lima (PSL), Marcio Nakashima (PDT), Analice Fernandes (PSDB), Marina Helou (Rede), Delegado Olim (Progressistas) e o relator da CPI, Thiago Auricchio (PL).

A maior parte da bancada, além de ser composta por homens, é formada por aliados de Cury, e para o relator da CPI. Em nota enviada à imprensa, Auricchio afirmou que "a luta pelas mulheres não é única e nem exclusiva (das mulheres)." 

Procurada, a assessoria de Do Val não respondeu até a publicação desta reportagem. 

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