A deputada federal eleita pelo Republicanos, Antônia Lúcia, virou manchete no UOL neste domingo, 20, juntamente com outros eleitos de diversos estados da federação após se autodeclarar na cota de pretos e pardos no registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2022.
O levantamento foi realizado por uma banca de heteroidentificação racial — método usado para evitar fraudes nas cotas raciais —, que apontou que só 263 destes eleitos são negros. Isso representa 16,4% dos novos ingressantes no Senado, na Câmara e nas assembleias legislativas estaduais, ao contrário do divulgado oficialmente, 32,3%.
No Republicanos, sete dos 20 parlamentares que se veem como negros tiveram a identidade racial contestada pela banca.
Uma delas é Antônia Lúcia (Republicanos-AC), que chama a atenção pela variedade racial com que se viu nos últimos anos. Em 2014, quando concorreu à Câmara dos Deputados, ela se via como amarela. Mudou para parda quatro anos depois. Alterou para branca em 2020 e voltou a se declarar parda em 2022.
Antônia Lúcia argumentou que está registrada como parda em sua certidão de nascimento e não se considera branca por ser filha de pessoas pardas. Contrariando as evidências, diz não ter alterado sua declaração racial. "Sou do Norte do país e, como todos os brasileiros, essencialmente desta região, as pessoas são miscigenadas”, afirmou.