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POLÍTICA

De volta ao Brasil, ex-presidente Jair Bolsonaro diz que governo do petista Lula não vai 'fazer o que bem quer'

De volta ao Brasil, ex-presidente Jair Bolsonaro diz que governo do petista Lula não vai 'fazer o que bem quer'

Após passar três meses nos EUA, ex-presidente terá que enfrentar uma série de pendências na Justiça, como o escândalo das joias sauditas

Noventa dias após deixar o Brasil, ainda como presidente da República, Jair Bolsonaro desembarcou em Brasília às 6h38 desta quinta-feira. O ex-presidente foi recebido por alguns apoiadores no aeroporto e, depois, discursou na sede do PL ao lado de aliados políticos.

Em uma rápida fala, o ex-presidente afirmou que estava com "orgulho" do Congresso Nacional formado nas últimas eleições. Sem citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro afirmou que "esse pessoal que por ora está no poder não vai fazer o que bem quer" com o país. 

— O parlamento nos orgulha pelas medidas, pela forma de se comportar, de agir lá dentro, fazendo o que tem que ser feito e mostrando para esse pessoal que por ora, por pouco tempo, está no poder, que eles não vão fazer o que bem querem com o destino da nossa nação — afirmou o ex-presidente

Questionado sobre como a gestão Lula vai lidar com a volta de Bolsonaro, o ministro da Secretaria-Geral de Governo, Márcio Macêdo, afirmou que o governo "é indiferente" ao retorno do ex-presidente.

O PL, partido do ex-presidente, elegeu a maior bancada nas eleições do ano passado, com 99 deputados, e a segunda maior do Senado, com 12 senadores. 
— Hoje em dia a bola está com vocês. Tenho certeza que vocês conduzirão o país para um porto seguro — afirmou Bolsonaro aos aliados. 

Entre os presentes na recepção, estavam os deputados Helio Lopes (PL-RJ), o deputado Zé Trovão (PL-SC), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o senador

Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o senador Marcos do Val (Podemos-ES), o deputado Ricardo Salles (PL-SP), o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o general Braga Netto, que concorreu como vice na chapa de Bolsonaro pela reeleição ao Palácio do Planalto, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

Voo tranquilo no avião 'Harry Potter'
 
O voo, que saiu de Orlando, foi tranquilo, com um único registro de turbulência forte. Por volta das 5h, o ex-presidente acordou disposto, se levantou e tirou fotos com passageiros que fizeram fila para registrar o momento. Pelo menos 30 passageiros conseguiram os cliques. Numa ação publicitária, a aeronave é decorada com imagens do filme 'Harry Potter'

Quem teve uma conversa mais longa com Bolsonaro foi o empresário Rafael Danigno, de 38 anos, de Brasília, que perguntou se o ex-presidente apoiaria uma outra liderança para “comandar a direita e tirar a esquerda e Lula do poder”, e citou como exemplos os governadores de MG, Romeu Zema (Novo); e de SP, Tarcisio de Freitas (Republicanos). Danigno contou que o ex-presidente respondeu a ele “estar aberto”. 

Saída por porta lateral
 
Cerca de 100 apoiadores foram ao aeroporto para receber o ex-presidente, segundo a estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal. A segurança estava reforçada no saguão de desembarque ao longo das vias de acesso. Pelo menos 150 militares participaram da operação. 

Após a aterrissagem, Bolsonaro desembarcou por uma saída alternativa, seguindo a orientação da Polícia Federal para evitar tumulto e preservar sua segurança. O ex-presidente queria cumprimentar os apoiadores que estavam no local. De dentro do comboio, ele abaixou vidro e acenou para bolsonaristas que estavam na via. 

No Brasil, Bolsonaro terá que enfrentar uma série de pendências na Justiça. Entre elas inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e as investigações que caminham no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, precisará explicar à Polícia Federal o motivo de ter ficado com joias que recebeu de presente da Arábia Saudita quando ainda estava no cargo.

Pendências na Justiça
 
Bolsonaro encontrará uma série de pendências na Justiça à sua espera. Entre elas inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e as investigações que caminham no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, precisará explicar à Polícia Federal o motivo de ter ficado com joias que recebeu de presente da Arábia Saudita quando ainda estava no cargo. 

A Polícia Federal marcou para a próxima quarta-feira, dia 5, o depoimento de Jair Bolsonaro no inquérito que investiga o caso.