Após a fala do governador, Sena Madureira deve uma explosão de focos de calor, registrando 2.574 casos entre junho e julho
O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas) voltou ao cenário nacional nesta segunda-feira em virtude das declarações dele proferidas em maio deste ano em Sena Madureira. Cameli disse a produtores rurais que não pagassem multas do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), isso porque ele é quem estaria no comando do governo agora. “Porque quem está mandando agora sou eu”, disse Cameli na ocasião.
Mais que uma simples análise do senso comum, as declarações de Gladson Cameli foram analisadas com base em estudos científicos. Os cientistas do Instituto do Socioambiental (ISA) avaliaram o período e o local da fala de Gladson e traçaram com dados fornecidos pelo Prodes e Deter-B do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O resultado foi 2.574 alertas de incêndios nos meses de junho e julho em Sena Madureira. Um aumento de 225% a mais se comparado ao mesmo período de 2018.
O desmatamento no Acre se concentrou ao longo da BR-364. Sena Madureira, Feijó e Tarauacá são os que tiveram maior índices de focos de calor.
O ISA avaliou ainda as falas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Ricardo Salles. Em abril, Bolsonaro criticou ações do Ibama que visavam combater o roubo de madeira no Jamari, região de Rondônia. Após a visita de Ricardo Salles em Espigão do Oeste- Rondônia, o município registrou maior incidência de focos de queimadas.