A Defensoria Pública da União no Acre recomendou ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, que se abstenha de “disseminar fake news e discurso de ódio, por meio de manifestações públicas de intolerância” contra o projeto cultural voltado exclusivamente ao público adulto denominado “Papai Noel Gay”, e que visa fomentar o respeito à diversidade de gênero e combater a homofobia.
De acordo com a DPU há, claramente, falas deturpadas e com nítido viés homofóbico do prefeito sobre o tema. Bocalom já declarou que vai vetar o projeto.
O documento é assinado pelos defensores públicos federais Ivan Ferreira e Thiago Brasil de Matos. O prefeito tem um prazo máximo de 10 dias para se manifestar a respeito do acatamento da recomendação.
Os defensores encaminharam cópias ao núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE/AC), ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e ao Ministério Público Federal no Estado do Acre (MPF/AC).
Projeto rendeu polêmica
A aprovação na Fundação Garibaldi Brasil do projeto musical “Papai Noel Gay”, apresentado por Anderson Cassidy de Alves Montenegro, no valor de R$ 15 mil, rende enorme polêmica nas redes sociais e divide opiniões.
Autodeclarado de direita, conservador e seguidor das pautas do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Roberto Duarte (MDB) disse durante a semana, em um texto em suas redes sociais, que o projeto é vergonhoso e tem conotação de erotização.
Por outro lado, o ativista Germano Marino, presidente do Conselho Estadual de Combate à Discriminação LGBT do Acre, afirma que há uma clara manifestação de homofobia contra o “Papai Noel Gay" e lembra que o projeto não tem nada a ver com erotização de crianças e também não busca “atingir” jovens, adultos e idosos. Há, além de cultura e arte, um cunho filantrópico na ação, declarou o ativista.