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POLÍTICA

Defesa de Ilderlei alega que sinal de internet em Cruzeiro é ruim para tentar impedir julgamento do prefeito por videoconferência

Defesa de Ilderlei alega que sinal de internet em Cruzeiro é ruim para tentar impedir julgamento do prefeito por videoconferência

A defesa do prefeito Ilderlei Cordeiro, de Cruzeiro do Sul, montou mais uma estratégia, talvez a última cartada, para impedir o julgamento de um processo eleitoral que se arrasta há quatro anos e tem data marcada para acontecer amanhã, segunda-feira (10). Os advogados alegam que o município não dispõe de sinal de internet de qualidade, que proporcione a participação destes por meio de viodeoconferência. O pedido já foi negado, inclusive. O julgamento vai acontecer.

Embora, a qualidade do sinal no Vale do Juruá não seja um dos melhores, as audiências das varas da Justiça Comum em Cruzeiro do Sul têm sido realizadas normalmente, o que não justificaria o pedido. Aliás, parlamentares estaduais, que residem em Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, por exemplo, participam semanalmente das sessões virtuais da Assembleia Legislativa, sem nenhuma interferência, o que joga por terra a tese da defesa de Cordeiro.

Uma fonte ouvida pelo Notícias da Hora argumentou que de uma hora para outra, até mesmo a defesa da candidata do PSB, Carla Brito, interessada no processo, passou “a defender estranhamente”, o adiamento do julgamento.

Os ânimos estão acirrados em torno desse julgamento que, nos bastidores da política em Cruzeiro do Sul, os mais afoitos alertam para um possível apagão proposital do sinal de internet. Na última semana, o vereador Chaguinha do Povo, do partido de Ilderlei, apontou para a possibilidade do abuso do poder econômico e político para salvar a pele de Ilderlei Cordeiro. Veja o que ele disse:

“Eu tenho certeza que essa justiça não vai funcionar segunda-feira, não. Eu tenho certeza que isso vai ser retirado até de pauta, onde tem dinheiro...dinheiro tem um vocabulário muito sujo. Mas, tem a CPI e a gente pode acabar de desmoralizar e colocar em praça pública e dá a César o que é de César”, mencionou o vereador progressista.

Apesar da tranquilidade aparente de Ilderlei Cordeiro, a movimentação das últimas horas que antecede o julgamento revela outro cenário. Caso a corte confirme a cassação, Cruzeiro do Sul poderá ter um novo prefeito interino até a chegada das eleições de novembro.

Entenda o caso

Em julho de 2019, o juiz Erik da Fonseca Faraht, da 4º Zona Eleitoral manteve a decisão de condenar o prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro e seu vice, José de Souza Lima, o Zequinha Lima, a perda do diploma de prefeito e vice, além de torna-los inelegíveis. Na mesma decisão, o ex-prefeito de Vagner Sales, Edson Firmino de Paulo e Mário Vieira da Silva Neto também foram considerados inelegíveis por 8 anos.

Eles foram condenados por abuso do poder político e econômico nas eleições de 2016. Consta na sentença que Clebisson Silva Freire, “então candidato a vereador pelo PSDB, encontrava-se no interior de determinada agência bancária quando foi abordado pelo por Edson Firmino de Paula, que iniciou conversa acerca da candidatura de Clebisson, no intuito de afasta-lo da disputa, convidando-o, logo em seguida, para "resolver" a situação naquele mesmo momento”, diz trecho do texto judicial.

Edson Firmino teria levado Clebisson Silva Freira até a Secretaria de Assistência Social do Município de Cruzeiro do Sul/AC, onde se encontraram com Mário Vieira da Silva Neto, então Chefe do Gabinete do Prefeito, Vagner Sales, prefeito à época, filiado ao MDB. Durante o diálogo, os demandados Vagner Sales e Edson Firmino de Paula teriam tecido considerações diversas para que o candidato a vereador Clebisson Silva Freire desistisse de sua candidatura, lançada por coligação adversária (Coligação Cruzeiro em Boas Mãos), e passasse a apoiar a coligação liderada pelo MDB (Coligação Juntos por Cruzeiro), que promovia as candidaturas dos demandados Ilderlei Souza Rodrigues Cordeiro e José Souza Lima aos cargos majoritários de Prefeito e Vice.

O magistrado diz ainda que, Clebisson Freire resolveu denunciar o grupo e buscou a Polícia Federal, que fez campana próximo a casa de Edson Firmino de Paula. O grupo condenado já teria editado um termo de renúncia para que Clebisson assinasse, mas foram surpreendidos pelos federais no ato.

O juiz Erik Fonseca inocentou o vereador Romário Tavares (MDB) por não haver provas para a condenação dele.