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POLÍTICA

Depois da privatização da energia elétrica, acreanos podem ter que pagar mais caro pela água tratada e o saneamento que podem ser privatizados

Depois da privatização da energia elétrica, acreanos podem ter que pagar mais caro pela água tratada e o saneamento que podem ser privatizados

Depois da privatização da Eletroacre, a população acreana deve ficar alerta para para mais uma manobra política que poderá fazer com que os consumidoes paguem mais caro pela água tratada e o saneamento básico. Um projeto que tramita no Congressos Nacional tem como principal objetivo o processo de privatização do abastecimento de água e do saneamento básico que é oferecido à população atualmente pelos estados. 

Na última terça-feira (07), por 15 votos a 10, foi aprovado o relatório do senador Tássio Jereissati (PSDB-CE), na Comissão Especial mista (Senadores e deputados federais) a MP 868, que abre as portas para a privatização da água em todo o país. Jereissati é acusado de defender interesses próprios, uma vez que tem interesse nos mananciais de água por ser o segundo maior engarrafador dos produtos da Coca-cola no Brasil.

O relatório aprovado passa a tramitar como projeto de Lei de Conversão (PLV) e segue para votação no Plenário. No Acre, o Sindicato dos Urbanitários se prepara para iniciar uma campanha educativa sobre esse processo, nos próximos dias, a exemplo do que fez em relação à privatização da energia elétrica que em um único pedido de aumento elevou a tarifa de energia do consumidor acreano em mais de 20%.

"Infelizmente o governador tá  correndo para que a privatização da água e saneamento ocorra o mais rápido possível. Funcionários do Depasa  estão percorrendo o estado e falando sobre a privatização.  Nós vamos também cobrar a Assembleia Legislativa  para que se junte a nós,  porque no caso da privatização da energia só entraram na luta depois que a privatização tinha sido definida.  E a privatização da água será muito pior que a da energia. O aumento será de uns mil por cento" , alerta o presidente do Sindicato dos Urbanitários,  Marcelo Jucá.

Na Bolivia no ano 2000, a privatização da água proibia até a captação de água da chuva para que a população fosse obrigada a pagar pelo produto à empresa francesa que havia obtido o direito de fornecer água. Por conta da revolta popular, o governo boliviano foi obrigado a reestatizar o serviço. 

"Em relação ao saneamento básico é preciso ressaltar que metade da população brasileira não dispõe desse serviço básico e com a privatização o percentual dos que vivem sem saneamento, tende a aumentar", lembra Marcelo. 

A MP 868 que abre as portas para a privatização da água no Brasil, foi um dos últimos atos de Michel Temer ( MDB). Temer assinou essa MP em 27 de dezembro de 2018, quatro dias antes de entregar o governo do país.