Após “convite oficial” PSL do Acre aceitar conversar sobre apoio ao governo Cameli, mas “só se a proposta interessar”
Em áudio divulgado no início da tarde desta quinta-feira, 11, e que estar circulando nos grupos políticos de WhatsApp, o presidente do PSL no Acre, Pedro Valério revela que a sigla recebeu um “convite oficial” encaminhado pelo governador Gladson Cameli (PP) para abrir discursão de apoio do partido ao governo estadual.
De acordo com o dirigente partidário, durante uma live (vídeo ao vivo) na rede social Facebook, o coronel Ulisses Araújo, candidato derrotado na última eleição para o governo do Estado, chegou de posse do documento oficial assinado pelo governador convidando a executiva do PSL para uma conversa sobre tratativas de apoio do partido de Jair Bolsonaro ao seu governo.
Na gravação, Pedro Valério admite que os dirigentes partidários que compõem a executiva estadual irão se reunir com Cameli para ouvir qual o tipo de aliança pretendida e que posterior será levada ao conhecimento e decisão em plenária dentro do partido.
“Agora sim as coisas tomaram rumo, tem um convite do governo pedindo apoio e não temos como negar a abertura do diálogo com vistas (sic) a esta aliança, que poderá não acontecer que fique bem claro, vamos conversar com o governador e se a proposta dele não interessar ao PSL nós não vamos, evidentemente, acatar essa proposta”, disse Pedro Valério, encerrando o áudio afirmando que o partido vai agir de forma republicana, fora do fisiologismo, do oportunismo e da política rasteira, num claro ataque ao ex-prefeito Tião Bocalom, que estava tratado diretamente com o governador sobre o apoio do PSL, o que desagradou o presidente do partido.
Acontece que na manhã desta quinta-feira, o ex-prefeito e candidato derrotado ao senado da República pelo PSL, Tião Bocalom esteve na Aleac e conversou com a jornalista Angélica Paiva. Na entrevista, que aconteceu ao vivo no Facebook, Bocalom enfatizou que Pedro Valério estar presidente do PSL por sua indicação.
Bocalom enfatiza ainda que a intenção do grupo que o apoia dentro PSL é apoiar Gladson Cameli sem negociatas.
“Nós queremos apoiar o Gladson Cameli sem mesa de negociação, mas posso mostrar para você aqui um áudio do Pedro onde ele diz que se fazer negociar com o governo, mas essa não é minha prática, nunca foi minha prática”, disparou Bocalom.
No áudio apresentado por Bocalom, se confirma o que todos já sabiam, Pedro Valério quer usar o apoio do PSL como moeda de troca e para benefícios próprios.
“Agora se o Gladson disser: ‘eu quero o apoio do PSL’, ai vamos sentar, chamar o deputado (Whendy Lima) que vai votar (na Aleac), chamar a executiva, chamar os dois líderes, o Ulysses e o Bocalom e ai discutir: ‘governador, tá bom, mas o que é que o partido vai receber de volta, qual o espaço que o partido vai ter no governo?’”, diz Pedro Valério no áudio, numa clara demonstração de que estar pronto e ávido a negociar com o governo Cameli. (Veja o vídeo das declarações de Tião Bocalom em entrevista à jornalista Angélica Paiva)
Trocando em miúdos, Pedro Valério quer saber o tamanho da proposta de Gladson Cameli e qual o espaço a ser oferecido dentro da estrutura governamental para o partido hipotecar seu apoio ao chefe do Executivo. Agora é esperar para saber se Cameli é hábil no quesito “canto da sereia” a fazer com que os dirigentes bolsonarianos saiam da reunião encantados.