“Você tá tirando dinheiro das pessoas mais pobres, mais humilde do Brasil pra financiar campanhas eleitorais”
Depois de ser eleito senador da República com a maior verba do fundo partidário destinado aos candidatos concorrentes no Acre, de R$ 1, 5 milhão, Márcio Bittar (MDB) anunciou nesta quarta-feira (20) uma proposta de Lei que põe fim ao financiamento público de campanha.
Em seu discurso na tribuna do Senado, que foi publicado na manhã desta quarta-feira, 20, em suas redes sociais, Márcio Bittar afirmou que a proposta de lei “vai de acordo com sua consciência”.
Ao abocanhar a verba de fundo partidário, Bittar perdeu somente para o candidato ao governo, Gladson Cameli (PP), que recebeu R$ 100 mil a mais que o emedebista, ou seja, R$ 1,6 milhão.
Bittar ponderou que desde que criaram o financiamento público de campanha “já imaginava que não daria certo” e que o mesmo trata-se de um “confisco do povo brasileiro”.
“Você tá tirando dinheiro das pessoas mais pobres, mais humilde do Brasil pra financiar campanhas eleitorais. A criação do fundo eleitoral, que no ano passado, foi de R$ 1 bilhão e 700 milhões, atenta contra a independência do parlamentar. Por que isso? porque o dinheiro que vai para a Executiva Nacional, que acaba exigindo e agindo com àqueles que são mais leais ou não, de acordo com seus critérios. E, aí, a lealdade não é um programa de governo, mas é a lealdade aquilo que a cúpula partidária entende que é melhor. Nós mesmo que no ano passado assistimos dirigentes partidários que disseram para todo o Brasil inteiro ouvir que não poderiam tratar parlamentares leais à legenda, leia se: a cúpula, da mesma forma que os rebeldes. Portanto é um poder a mais que, no meu juízo, a cúpula partidária não pode ter”, disse em seu discurso.
Márcio Bittar foi eleito com 185. 066 votos. Segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o emedebista acreano aparece em segundo lugar no ranking dos candidatos ao Senado com os votos mais caros das Eleições 2018 em todo o Brasil.
Em primeiro lugar, aparece Mecias de Jesus (PRB-RR) com o voto a mais caro, mais de R$ 20, 00 por voto recebido. Márcio Bittar aparece em segundo lugar com o custo de R$ 10,97 (por voto recebido). Em terceiro lugar, aparece Confúcio de Moura (MDB-RO) que custou R$ 10,18 por voto recebido.