O governo resolveu impor vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, depois da aprovação da matéria por unanimidade na Assembleia Legislativa há dois meses, o que causou irritação no parlamento na sessão desta quinta-feira (5).
Os blocos de situação, os chamados independentes e oposicionistas se manifestaram completamente contrariados sem entender a razão dos vetos, já que a LDO foi aprovada após várias reuniões entre representantes do Legislativo, Executivo e Judiciário.
Entre os vetos o que mais repercutiu mal para o governo na Assembleia foi ao da emenda ao artigo 21 da LDO, de autoria do deputado estadual Chico Viga, que prevê transparência no cálculo dos repasses aos poderes do Estado.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), um dos principais nomes da oposição na Casa, está sugerindo ao líder do governo e à base que construam um meio de retirar os vetos. "É melhor do que ser derrotado aqui na Casa", afirmou.
"Na política, e principalmente no parlamento, vale a palavra empenhada, vale o acordo feito. Os vetos acabam com a transparência, no formato e na feitura dos cálculos. Houve inúmeras conversas, diálogos, reuniões, visitas às instituições feitas pelo deputado Chico Viga, relator da emenda, e agora estranhamente aparecem esses vetos na LDO."
Com ar de chateado, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luis Tchê (PDT), disse que vai buscar a retirada dos vetos. Ele acha que o ato do governo dá munição às críticas, mas acredita em um entendimento.
"Eu acredito na construção, a gente vai dialogar e com certeza absoluta o governo vai ter o entendimento de retirar a LDO e sancioná-la como ela foi aprovada aqui por 23 dos deputados ou senão vai ficar numa situação difícil porque nós teremos que derrubar os vetos.
Nós não podemos deixar que depois de uma construção, técnicos ou burocratas do governo, podemos dizer assim, decidam lá fazer o que quer e achar que vão chegar aqui no parlamento e fazer da mesma forma."