A Comissão Especial da Assembleia Legislativa aprovou na manhã desta quarta-feira (17) o nome do contador Luís Almir Brandão para a presidência da Agência de Serviços Públicos do Estado do Acre, a Ageac. Como determinar a lei que cria a Agência, Almir Brandão foi sabatinado pelos parlamentares. A matéria será votada em plenário ainda hoje.
“Eu acho que tem muito a fazer. Sou proativo. Não tenho nada contra os gestores anteriores, mas acredito muito no potencial da Ageac. Eu tenho uma personalidade administrativa um pouco diferente. Não centralizo nada em mim. Vim do Amazonas, com muito prazer. Adoro o meu Amazonas, como amo o Acre. Se Deus me permitir chegar à Ageac, estou pronto para discutir sobre táxi, ônibus. O meu papel é esse”, disse ele ao defender a construção de novos terminais rodoviários em todo o Acre.
Ao ser questionado sobre o monopólio da linha Rio Branco- Cruzeiro do Sul, Almir Brandão afirmou que vai tratar o assunto assim que for empossado. “Deve ter uma segunda, uma terceira [empresa], porque o monopólio é ruim. Nunca comandei uma autarquia, para mim é uma boa novidade, um avanço no meu currículo. O monopólio é a principal demanda deste processo. Vamos discutir da melhor forma possível”, respondeu ele ao ser indagado pelo deputado-relator, Pedro Longo (PDT).
Afonso Fernandes (PL) aconselhou Luís Almir Brandão a tornar a Agência mais incisiva contra irregularidades praticadas pelas empresas. No entendimento dele, só uma ação mais fiscalizadora vai possibilitar a melhoria do serviço ao usuário.
“A gente precisa que a Ageac tenha um papel não só de controlar, mas também de, se for preciso, de punição daqueles que estão se servindo desses serviços, mas que às vezes fica um pouco no ostracismo para defender os interesses da população. A gente vê na sua indicação um momento propício dentro da Ageac, que se quebre esses monopólios.”
Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que a questão do monopólio deve ser encarada pelo novo presidente com firmeza e colocar para andar os pedidos feitos pelas empresas para também explorar o trecho. “Eu sou daqueles que bato palmas para a empresa que permanece transportando pessoas de Rio Branco para Cruzeiro do Sul, pela parte da manhã e outro saindo à noite, sem falhar um dia, só que isso não justifica o monopólio. A estrada está em péssimas condições, mas não justifica o monopólio. Como não justifica o pedido de uma empresa ou outras empresas, que sequer é levado para dentro do debate pelo Conselho. Isso para mim é grave. É um direito pedir para participar. É um dever da Agência levar isso a cabo, deliberar sobre e depois, de forma coletiva nas suas instâncias, negar ou não. Não pode de antemão de forma monocraticamente dizer: ‘esse assunto não vou tratar”, salientou.
O líder da oposição acrescentou que também é preciso fiscalizar a concessionária de energia, a Energisa, para que ela cumpra o que foi acordado no tocante ao Programa Luz Para Todos. “Esse programa sequer atingiu 40%. Todo mundo que tem mandato, escuta o povo reclamando que o poste está na boca do ramal e não tem energia”.
Em resposta, Brandão tranquilizou o parlamentar e os trabalhadores: “fiquem tranquilos que vou atender os taxistas, os freteiros”.