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POLÍTICA

Deputados comentam decisão de Rocha de exonerar João Paulo Setti, falam em impeachment de Gladson e líder ameniza: denúncias vazias

Deputados comentam decisão de Rocha de exonerar João Paulo Setti, falam em impeachment de Gladson e líder ameniza: denúncias vazias

A notícia da exoneração do procurador-geral do Estado, João Paulo Setti, pelo governador em exercício Major Rocha (PSL), sob o argumento de resguardar a Procuradoria Geral do Estado (PGE), repercutiu na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na manhã desta quarta-feira (3).

O deputado Daniel Zen (PT) relatou o caso da tribuna e pediu uma investigação sobre o caso. Ele considera a relação entre os citados no processo incestuosa e promíscua, com indícios de tráfico de influência.

“Quem tem que vir a público se explicar é o senhor governador. Por que? Não estou dizendo que ele tem parte nisso, que a primeira-dama tem parte nisso. Eu estou dizendo fatos. Qual é o fato? A pessoa apontada como a acusada de fazer capitação de clientes e direcionar para empresas para comprar o precatório é advogado do governador. Isso é fato, não é ilação. A primeira-dama trabalha neste escritório com esse advogado, isso é fato, não é ilação. O governador nomeou esse mesmo advogado como procurador jurídico da Junta Comercial, por 4 horas corridas, para ganhar uma fortuna. A dona da empresa acusada de comprar o precatório é vice-presidente da Junta Comercial do Estado do Acre, nomeada pelo governador. É outro fato, não é ilação. O que estou dizendo é que esses fatos têm que serem investigados, porque aí nessa relação incestuosa, promiscua que mora o perigo”, disse Zen.

Já o líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que “a crise é profunda”, no Palácio Rio Branco, com a decisão de Rocha de exonerar João Paulo Setti.

“A crise é profunda. Deixa o procurador ao sol, nu, sob suspeita. Só estou descrevendo no plenário gelado da Assembleia o que acabou de acontecer. Deputado Pedro Longo, qual governo vossa excelência lidera? O que viajou ou o que está em exercício? O governo do Acre deveria ser uno, mas está espatifado. Está difícil compreender o que acontece no governo. O governador em exercício faz uma acusação gravíssima, faz uma coletiva”, ponderou.

Ainda em sua fala, Edvaldo afirmou que “não deverá haver da nossa parte nenhum tipo de precipitação nesse debate, mas devemos nos reunir de forma emergencial da crise instalada para discutirmos o papel diante dessa crise. Que iniciativas deveríamos ter? Isso é fruto de uma conversa. Há uma novidade na política acreana, explodiu uma bomba no Palácio Rio Branco”.

Já o líder do governo, deputado Pedro Longo (PV) usou o tempo regimental para dizer que as denúncias são “vazias”. “Se trata de uma denúncia vazia, sem nenhuma concretude. Em 2018, era outro governador, era outro procurador de Estado. Não podemos aqui soltar palavras ao vento. O procurador Setti tem todo o meu respeito e admiração. Não há nada, absolutamente nada que macule sua conduta. Deixar registrado a minha solidariedade essa decisão de alteração: é no mínimo uma imaturidade. O Acre vai para as páginas folclóricas novamente. Lamento”.
Roberto Duarte, líder da independência, afirmou não concordar com decisão de Rocha. Afirmou que João Paulo Setti está sendo condenado por antecipação, mesmo sem ter nenhuma investigação em curso.

“O governador em exercício tem o direito de fazer o que ele quiser, agora demitir alguém por suposto envolvimento em um crime que não existe sequer investigação. Agora, dar uma canetada em um cidadão, que está sendo achincalhado também [João Paulo Setti]... Acho que não merecia o que está acontecendo. Acho que está sendo condenado hoje por aquilo que sequer há investigação”, disse Duarte sobre o procurador-geral.