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POLÍTICA

Deputados da base se unem para tentar abafar ‘gritos’ da oposição sobre pedido de afastamento de Gladson

Deputados da base se unem para tentar abafar ‘gritos’ da oposição sobre pedido de afastamento de Gladson

O clima de natal que toma conta da Assembleia Legislativa do Acre deu uma pausa para os debates nesta terça-feira (5) a respeito da Operação Ptolomeu, ou seja, a apresentação da denúncia pela Procuradoria Geral da República contra o governador Gladson Cameli (PP) e mais 12 pessoas.

O líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães argumentou que as práticas delituosas seguem neste novo governo de Gladson Cameli, impulsionadas pelas caronas. “O que se tenta esconder é que essa prática não terminou nem no segundo, nem no terceiro, nem no quarto ano, nem no primeiro ano do segundo mandato do governador. A prática corrupta das caronas permanece. É por isso que está se pedindo o seu afastamento. Mesmo com as denúncias não se parou de fazer as caronas. A última delas, denunciada por este parlamentar, a carona da Secretaria de Estado de Educação de mais de R$ 25 milhões. A impunidade levou a falta de cuidado. O sentimento de deixa para lá, fez com que todo mundo metesse a mão”, pontuou.

Em defesa do governo, o primeiro a falar foi o deputado Afonso Fernandes (PL). Ele acusou Edvaldo Magalhães (PCdoB) de transforma as informações em uma “peça teatral”.

“Quer transformar essas informações, a peça teatral. Nós somos sabedores que não existe nada de novo neste pedido. Aliás, este pedido já esteve na mesa da ministra umas três vezes e não foi acatado. O governador Gladson Cameli nunca foi ouvido. Essa é a oportunidade que ele terá de promover a sua defesa. Não vamos fazer carnaval antecipado. Não vamos trazer de uma forma que não é real, instabilidade. É bom que se diga, aqui é um poder legislativo, aqui não é um tribunal de justiça, um tribunal de inquisição”, disse Afonso Fernandes.

Já Eduardo Ribeiro (PSD) argumentou que nem denúncia existe ainda, apenas foi apresentada à Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Vale lembrar que a denúncia sequer foi recebida ainda. As pessoas não são rés, o governador não é réu. O nosso estado tem sofrido com o andamento dessas investigações. A gente espera que as pessoas tenham o direito à ampla defesa. Os fatos apresentados são um compêndio daquilo que foi feito. A gente aguarda que a Justiça analise o caso com a imparcialidade que é devida”.

O líder do governo, deputado Manoel Moraes (PP), disse que o líder da oposição quer ser “polícia federal, procurador, juiz de primeira, segunda, terceira e quarta instância. Ele quer ser tudo”, ao se referir a Edvaldo Magalhães.

O deputado estadual Pedro Longo (PDT) também se manifestou. Disse que ainda não foi aceita a denúncia pelo STJ. “É necessário a gente distinguir dois aspectos. O primeiro deles a denúncia. A denúncia é o consequitario lógico de um inquérito. A partir do momento em que a policia judiciaria encontra aquilo que é um indício, ela apresenta ao Ministério Público, que via de regra apresenta uma denúncia. Se for aceita, ainda não o foi, aí sim inicia uma fase processual. Se a denúncia for aceita, na maioria é, o governador fará a sua defesa”, disse Pedro Longo.

Os deputados Emerson Jarude (Novo) e Michelle Melo (PDT) não se manifestaram a respeito do assunto.