Há pelo menos quatro meses os quase 300 trabalhadores terceirizados da Secretaria de Saúde empregados da empresa JWC recebem seus salários em atraso e não descartam paralisar suas atividades se a situação não for regularizada.
"Até janeiro, a gente recebia até o dia 1º, dia 5, em dias. Depois começou a atrasar. Hoje são 19 e muitas pessoas não receberam seus pagamentos", relata um trabalhador da empresa, que pede para não ser identificado.
Os prestadores de serviço criaram um grupo no WhatsApp intitulado "Pagamento atrasado" cujo objetivo é mobilizar a classe contra a falta de pagamento. Eles temem que a situação piore com a saída de Alisson Bestene da Secretaria de Saúde, o que deve acontecer nos próximos dias. "A gente pode ficar mais desamparado", diz um prestador de serviço.
O proprietário da JWC, Jebert Nascimento, disse na manhã desta quarta-feira (19) que a empresa enfrenta dificuldades para manter os pagamentos em dia. Ele relata que os atrasos nos repasses e a revisão contratual da empresa, processo bastante burocrático, atrapalham o planejamento financeiro.
"Nós não recebemos a diferença das revisões contratuais de 2019 e 2020. Consequentemente a gente paga do capital da empresa. Na Educação desde janeiro a gente não recebe, o que também atrapalha muito. E mais: estamos pagando os salários em meio a pandemia."
O secretário de Saúde do Estado, Alisson Bestene, informou que o pagamento de abril foi efetuado à JWC, porém confirmou pendências na revisão do contrato. O secretário relatou que "problemas" da empresa com a Educação estão prejudicando os trabalhadores.