O superintendente federal da Pesca e Aquicultura no Acre, Paulo Ximenes, encaminhou ofício ao governo do Estado solicitando que o governador Gladson Cameli (PP) decrete situação de calamidade hídrica, devido ao rigoroso verão amazônico que afetou sobremaneira todas as bacias hídricas do território acreano. Ele frisa que, com a baixa considerável nos volumes de rios e igarapés, a cadeia produtiva da pesca e aquicultura foi impactada diretamente.
As informações constam em um ofício encaminhado na última terça-feira (3) por Ximenes ao secretário de Estado de Governo, Alysson Bestene. Ele alerta para a necessidade de iniciativas que venham mitigar os impactos ocasionados pela seca, que coloca em risco, inclusive, a segurança alimentar das famílias que vivem da atividade pesqueira.
“A Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no Estado do Acre (SFPA/AC) entende que a Calamidade Hídrica no Estado do Acre possui impactos severos na Pesca e Aquicultura, principalmente nos meses do verão amazônico, notadamente nos meses de agosto, setembro e outubro de 2023. O Estado do Acre está passando por uma das crises hídricas mais graves de sua história, causando impactos significativos nas atividades pesqueiras e na aquicultura da região. A combinação desta forte estiagem e a consequente calamidade hídrica, deixou comunidades ribeirinhas e pescadores em uma situação desafiadora, ameaçando não apenas a economia local, mas também a segurança alimentar dessas populações”, relata o superintendente.
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisas Ambientais do Acre (IPAA), publicado em 20 de outubro de 2023, os níveis de água em rios como o Rio Acre e o Rio Purus diminuíram em média 70%, impactando diretamente os habitats aquáticos e a reprodução das espécies de peixes.
Paulo Ximenes informa ainda que o Acre vive uma crise hídrica sem precedentes. “Cientistas ambientais da região alertam sobre a situação de calamidade do estado, continuando o quadro que se apresenta nos próximos meses. O Acre está vivenciando uma crise hídrica sem precedentes, o que coloca em risco a sustentabilidade das atividades pesqueiras e da aquicultura na região. A falta de água afetando a qualidade e quantidade de peixes, prejudicando os pescadores e a cadeia produtiva como um todo”.
E reforça o pedido ao governador Gladson Cameli, encaminhado ao secretário Alysson Bestene: “diante da gravidade da situação, é crucial que o governo estadual reconheça a extensão dos danos e atue prontamente para mitigar os impactos negativos. A decretação da calamidade hídrica é essencial para a mobilização de recursos e apoio necessários para enfrentar essa emergência e garantir a subsistência das comunidades afetadas até a chegada dos meses do inverno amazônico, quando as chuvas podem amenizar a crise hídrica”.