Lucas Gomes entrou com processo contra Renê Fontes que o acusou de falsificar documentação do sindicato da categoria em 2017. O que acabou levando os dois a serem adversários dentro do movimento sindical.
O diretor do Instituto de Administração Penitenciária do Acre, Lucas Gomes, é acusado de perseguição contra os desafetos políticos de tempos atrás. Ao desarquivar o processo disciplinar administrativo arquivado na gestão de Tião Viana por falta de provas contra o agente penitenciário Renê Fontes, que assumiu o cargo de chefe de Departamento do Iapen na atual gestão, o diretor se mostra empoderado para talvez punir o adversário político dos tempos de movimento sindical.
Agentes e funcionários do órgão informaram à reportagem que o desarquivamento do processo contra Renê é pura perseguição pelas ações importantes já realizadas no departamento de ressocialização liderada pelo jovem Fontes.
Lucas em 2017, segundo informações obtidas pela reportagem, teria aberto processado contra Renê. Mas não obteve êxito ao não comparecer em uma das audiências por não ter provas que acusasse Fontes.
Segundo o documento processual, Lucas Gomes é acusado por Renê de falsificar lista de presença de reunião do sindicato como se fosse lista de presença de assembleia geral da categoria que definia tomadas de decisões importantes para a classe. O processo foi arquivado, já que Lucas não compareceu a audiência do processo criminal e não provou no processo civil sua lisura em relação a acusação feita a Renê.
Os casos de possíveis perseguições não ficam somente por conta de Lucas contra Renê. Outros servidores do Iapen acusam o diretor administrativo do órgão, Marcelo Casas de perseguir servidores. Em Conversa de WhatsApp uma servidora que não quis se identificar, conta a pressão e as ameaças que existem dentro do órgão.
Para a servidora, muitos dos cargos comissionados e funcionários efetivos que fizeram campanha para o atual governador estão sendo perseguidos pela dupla Marcelo Casas e Lucas.
Ainda segundo a servidora, várias pessoas já foram ameaçadas de perder o emprego ou ser transferido de setor. “O medo é da grande maioria”, lamenta.
O agente Renê Fontes destacou que seu processo administrativo foi arquivado no governo de seu maior adversário, ex-governador Tião Viana e não sabe por quais motivos houve a reabertura.
"Se os meus maiores adversários não conseguiram provas contra a minha pessoa que fazia oposição ferrenha a forma de administrarem o Iapen e como conduziam o governo, por quais motivos estão me perseguindo dentro do grupo que ajudei a eleger?”, questiona Fontes.
O outro lado: Lucas Gomes diz que não há nada pessoal
O diretor-presidente do Iapen, Lucas Gomes, disse que não houve qualquer desarquivamento, mas sim um procedimento administrativo normal.
Não há nada direcionado ou pessoal, diz. Vários servidores foram alvos de processos internos na atual gestão, explica Lucas Gomes.
"Não se trata de um desarquivamento, mas se trata de um procedimento normal de um processo administrativo. Esse processo não havia sido instaurado. Desde o início do ano, agora na nossa gestão, o que a gente fez foi dar andamento aos processos que estavam em fase de investigação preliminar, ainda. Que era o caso dele. É mais um dos processos que a gente tem dado andamento. Alguns servidores foram demitidos esse ano, alguns servidores foram suspensos esse ano, alguns tiveram seus processos arquivados, mas o que a gente tem feito é só dar andamento aos processos que estavam parados desde então. Se esse processo tivesse sido insaturado teria sido publicado em Diário Oficial, o que é o normal. Todos os processos, obrigatoriamente, devem ir pra Diário Oficial. Se ele tivesse sido instaurado em algum momento haveria uma publicação em Diário Oficial. Quem fala que ele foi desarquivado, e que por isso dá a entender que ele já tinha sido instaurado, a gente desafia, inclusive, a mostrar a publicação desse primeiro procedimento, o que não houve", completa.
"O caso envolve corrupção. E por envolver corrupção, jamais deveria deixar de ser esclarecido, seja para uma possível punição ou seja para um possível arquivamento. A gente tem agido com a maior objetividade possível, seja quem for. É um processo que não vai ser julgado por mim. É uma comissão que foi instaurada desde o início do ano. Então não há nada de relação pessoal. Mas há algo a se apurar. E não tem o porquê de não ser apurada."