A família do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), filho do empresário e apresentador Carlos Massa, o Ratinho, está enfrentando acusações de invasão de terras indígenas no Acre.
Carlos Roberto Massa, Gabriel Martinez Massa e Rafael Martinez Massa, pai e irmãos de Ratinho Jr, são sócios da empresa Agropastoril RGM Ltda, proprietária do latifúndio Gleba Panacre - Parte B, localizado no município de Taraucá.
A fazenda invade os limites da Terra Indígena Kaxinawá da Praia do Carapanã, que foi regularizada desde 2001. Os 13,82 hectares da fazenda que se sobrepõem à área indígena são ilegais.
As informações foram levantadas e verificadas pelo observatório "De Olho nos Ruralistas" e constam no dossiê "Os invasores políticos", divulgado recentemente.
O documento revela que Ratinho 'Pai', adquiriu as glebas (terreno que não foi objeto de parcelamento aprovado ou regularização em cartório) em 2002, pagando cerca de R$ 330 mil à Companhia Paranaense de Colonização Agropecuária e Industrial do Acre (Paranacre), uma empresa apontada como uma das principais responsáveis pela grilagem de terras na região.
Além disso, a fazenda também está próxima da Terra Indígena Rio Gregório, que abrange sete aldeias dos povos Yawanawá, Kaxinawá/Huni Kuin e Katukina-Pano. O dossiê destaca que Ratinho pai tem um histórico de conflitos com as comunidades indígenas locais, especialmente os Yawanawá, que resistem aos interesses do apresentador em estabelecer um grande projeto de exploração de madeira na Amazônia.
A família Massa possui uma fortuna avaliada em R$ 530 milhões e é proprietária de 19 fazendas em todo o país, com investimentos principalmente na pecuária e no cultivo de soja, milho e café.
As acusações lançam luz sobre a questão complexa e delicada do desmatamento e da grilagem de terras no Estado, além de levantar questionamentos sobre a conduta de figuras públicas envolvidas no caso.