A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, 14, a operação “Quebra Ossos” que tem por objetivo apurar suposto esquema criminoso para desviar verbas das emendas parlamentares, conhecidas como ‘orçamento secreto’. Durante a ação policial duas pessoas foram presas.
Cerca de 60 agentes participaram a ofensiva que cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária nos estados do Maranhão e Piauí.
De acordo com informações, a operação investiga uma denúncia de fraudes para aumentar, de forma irregular, os repasses do Fundo Municipal de Saúde a diversos municípios. O esquema funcionava com o grupo criminoso inserindo dados falsos em sistemas do SUS para receber os repasses federais oriundos de emendas parlamentares.
As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal no Maranhão, que autorizou 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, que foram cumpridos nos municípios maranhenses de Igarapé Grande, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, Caxias e Timon. Também foram realizadas buscas em Teresina e Parnaíba, no Piauí.
De acordo com a PF, em 2020, Igarapé Grande realizou mais de 12,7 mil radiografias de dedo, “é como se, em um ano de pandemia, os 11,5 mil habitantes da cidade tivessem feito mais de uma chapa de seus dedos naquele ano”. O número inflado de procedimentos resultou em verbas maiores para a saúde da cidade no ano seguinte, por meio do Orçamento Secreto.
A PF aponta os possíveis crimes de inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Ainda segundo a PF, “as empresas investigadas ocupam posições de destaque no 'ranking' das empresas que mais receberam recursos públicos da saúde no período de 2019-2022 no estado do Maranhão, sendo que uma delas foi agraciada com quase R$ 52 milhões recebidos.”