Uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Control, a pedido do jornal A TRIBUNA, traçou um retrato complexo e revelador dos eleitores de Rio Branco diante de temas que movimentam o debate nacional. O levantamento aponta para um eleitorado que, embora majoritariamente conservador em pautas morais, demonstra forte adesão a propostas de inclusão social e fortalecimento de políticas públicas.
O estudo, realizado em 10 de outubro com 506 entrevistados da capital acreana, revela que valores religiosos e tradicionais seguem influentes, mas convivem com uma abertura significativa para medidas de justiça social e regulação estatal. A margem de erro é de cinco pontos percentuais.
Forte apoio a políticas públicas e inclusão social:
* Sistema Único de Saúde (SUS): 95,6% dos participantes reconhecem sua importância, reforçando o apoio ao modelo público e gratuito de saúde.
* Regulação das redes sociais: 70,5% são favoráveis à intervenção estatal nesse setor, contrariando a resistência comum entre grupos conservadores.
* Cotas raciais e sociais em universidades: 87,3% apoiam a política de inclusão, demonstrando sensibilidade às desigualdades históricas.
* Tributação dos super-ricos: 64,1% concordam com o aumento de impostos para os mais ricos, proposta defendida pelo governo federal.
Costumes e moral: conservadorismo ainda predominante
Apesar da aceitação de pautas sociais, os dados mostram que questões morais e comportamentais ainda são vistas sob uma ótica tradicional:
* 63,6% defendem o ensino da Bíblia e a realização de cultos religiosos nas escolas públicas.
* 52,7% rejeitam a chamada “ideologia de gênero”.
* 54,5% apoiam a liberação do porte de armas.
Temas que dividem opiniões
Algumas propostas geram forte polarização entre os eleitores:
* Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil: 44,4% apoiam, enquanto 43,5% são contrários.
* Bolsa Família: 46,2% aprovam o programa, mas 37,7% o rejeitam, indicando desgaste entre parte da população.
A pesquisa revela que o eleitor de Rio Branco não se encaixa facilmente em rótulos ideológicos. Há uma convivência entre valores conservadores e demandas por justiça social, o que sugere um perfil político mais pragmático do que polarizado. A presença dos chamados “eleitores invisíveis” (que não se identificam com os extremos do espectro político).
