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POLÍTICA

Em 11 meses, Polícia Militar já tem três comandantes; violência, porém, é a mesma

Em 11 meses, Polícia Militar já tem três comandantes; violência, porém, é a mesma

Ocupando a cadeira de governador do Acre há exatos 318 dias, o progressista Gladson Cameli viu-se obrigado a trocar, pela terceira vez, o comandante da Polícia Militar. Agora está à frente da tropa o coronel Ulysses de Araújo. Nas eleições de 2018, o oficial disputou o Palácio Rio Branco pelo PSL, mas não conseguiu surfar na onda bolsonarista que lavou o petismo acreano após 20 anos de poder.

A nova troca de comando da PM é uma tentativa desesperada do governo de amenizar um dos mais graves problemas enfrentados pela população acreana: a violência. Esta semana as manchetes dos jornais voltaram a estampar execuções com requintes de crueldade, assaltos e a invasão de ladrões a uma escola da capital, fazendo estudantes de reféns.

Todos estes casos ocorreram na mesma semana em que foram entregues 127 viaturas para as polícias, mais a cerimônia de posse do novo comandante. A entrega da frota, claro, ocorreu com toda pirotecnia possível, com direito a carreata pelas ruas de Rio Branco.

A escolha do coronel Ulysses é vista como uma forma de colocar ordem na casa, e passar o recado aos criminosos de que agora “o bicho vai pegar”.

Definido como um policial operacional, o coronel é visto como aquele que dá a cara a tapa e faz bandido tremer as pernas só em ouvir seu nome. Natural de Cruzeiro do Sul, ele iniciou a carreira militar no Exército, ocupando o cargo de comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na PM do Acre.

Antes de assumir a espada de comandante, o coronel estava no subcomando da corporação – função que também esteve no governo de Tião Viana (PT). Oficialmente, o comando-geral pertencia ao coronel Ezequiel Brito, que ficou no cargo pouco mais de cinco meses. Brito já tinha substituído o coronel Mário Cezar, convocado da reserva pelo vice-governador, Major Rocha (PSDB), para liderar a tropa, não durando um semestre na função.

Em meio a essa dança das cadeiras - marca registrada deste primeiro ano de Gladson Cameli - a população vai ficando refém da violência. As facções continuam agindo e impondo suas leis nas regiões do estado onde já assumiu o controle, casas, comércios e pedestres são vítimas de ladrões. Até semanas atrás, os ônibus de Rio Branco eram os alvos preferidos dos bandidos, com uma média de dois assaltos por dia.

Outra resposta dada pelo governo foi a convocação dos mais de 200 candidatos aprovados para os concursos da PM e da Polícia Civil, mesmo que isso viesse a prejudicar a folha de pagamento do estado, já bastante comprometida com a crise nas receitas públicas.

Com a nova frota de viaturas, mais policiais nas ruas e um comandante linha-dura à frente da tropa, Gladson Cameli - que terceirizou a gestão da segurança para o tucano Major Rocha – agora torce para que todo este receituário traga dias de paz para a sociedade - até a próxima troca de comandante da polícia.