A deputada acreana denunciou o fechamento de postos da PRF e da PF no Acre. Com isso, as fronteiras ficam escancaradas para o tráfico de drogas e armas que alimentam a violência pelo País
A deputada federal, Perpétua Almeida (PCdoB/AC) questionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados na quarta-feira, 8. A parlamentar acreana perguntou a Moro quais as ações desenvolvidas pelo Ministério para a região de fronteira.
“Eu sou do Acre, uma região de fronteira, exatamente uma região onde o seu Ministério acaba de fechar postos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Portanto, a porteira está aberta por onde entram armas e drogas todos os dias e indo parar na mão da juventude que está vindo para as facções e se juntando às milícias, exatamente porque o seu Ministério não está olhando para a situação da fronteira a questão de armas e drogas. E pra mim, é muito preocupante que o ministro não tenha dito aqui uma ação para desarmar os bandidos no País”, destacou a deputada comunista.
Perpétua Almeida disse, ainda, que Sergio Moro joga para a população uma responsabilidade que é do Estado brasileiro, ou seja, garantir segurança à população. Ela acredita que o decreto que facilita o acesso às armas acaba com o Estatuto do Desarmamento.
“O seu Ministério não tem uma proposta para a Segurança Pública e está jogando nas costas da população para se proteger? O decreto que o senhor assinou acaba com o Estatuto do Desarmamento”, lembra.
Em resposta à deputada, Sergio Moro disse que as ações de apreensões de drogas e a destruição de plantios de maconha no nordeste têm se intensificado. Por outro lado, ele reconheceu que há um clamor vindo dos estados fronteiriços para a necessidade de medidas que visem coibir a entrada de armas e drogas que alimentam a violência no País.
“As apreensões de drogas e armas têm aumentado. Essas drogas e armas, normalmente, vêm do exterior. Existe uma queixa generalizada, não só do Amapá, mas de outros estados, do problema das fronteiras. O que temos feito é otimizado os recursos existentes, com planos de realizar com a integração com aquele projeto piloto de Foz do Iguaçu. Agora não se pode resolver um problema de descontrole em um prazo aí de 90 dias, 100 dias”, disse Moro ao demonstrar desconhecimento de onde fica o Acre e trocar a referência de Estado de onde Perpétua Almeida é por outro estado da Amazônia, o Amapá.