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POLÍTICA

Em carta, policiais penais dizem que direção do Iapen faz “conchavos políticos com o crime organizado para manter pessoas no poder” e quer liberar visitas íntimas; órgão se pronuncia

Em carta, policiais penais dizem que direção do Iapen faz “conchavos políticos com o crime organizado para manter pessoas no poder” e quer liberar visitas íntimas; órgão se pronuncia

Em uma carta aberta, policiais penais que trabalham no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, repudiaram a possibilidade de retorno das visitas íntimas na unidade a partir do dia 10 de julho e acusaram a direção do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) de “conchavos políticos” com o crime organizado.

“Nós nos sentimos à mercê da própria sorte, sem valorização, sem as mínimas condições de trabalho, enquanto isso, a direção do IAPEN, faz os conchavos políticos com o CRIME ORGANIZADO tudo para manter as pessoas no poder e passar uma “sensação de segurança” no Estado e nas Unidades Prisionais”, diz um dos parágrafos da carta.

Em nota encaminhada ao Notícias da Hora nesta quinta-feira (27), o órgão rebateu a grave acusação.

“O Iapen informa que repudia a citação de que há um “conchavo político” com o crime organizado. O Instituto desenvolve um trabalho sério, pautado na verdade, transparência e no respeito aos profissionais do sistema penitenciário. Prezando também pelos direitos dos apenados e de seus familiares. O que existe, no entanto, é uma tentativa de algumas pessoas de desvirtuar o trabalho da atual gestão.”

Ainda na carta, o policiais penais denunciam a falta de estrutura para receber visitas íntimas, mencionam a rebelião ocorrida no dia 26 de julho do ano passado que resultou na morte de cinco presos integrantes de facções criminosas e policiais penais feridos, e citam que o presídio “não tem as mínimas condições de receber visitas dessa natureza” por não ter estrutura, locais adequados e condições de controlar a visita íntima”.

“Os policiais penais do Estado do Acre possuem 16 anos de bons serviços prestados ao Estado e, desde 2019, vinham sendo conduzidos por policiais penais, profissionais que entendem e conhecem o sistema penitenciário acriano. Portanto, recomendável que se tenha na direção do instituto um servidor componente do quadro da polícia penal. Diante disto, na última terça-feira (18/06) a atual gestão do IAPEN, comandada pelo Delegado Frank, recebeu as visitantes na sede do IAPEN e, sem consultar a direção da Unidade Antônio Amaro Alves, fechou o acordo com as visitantes e disseram que iria retornar as visitas íntimas na unidade, já com data marcada para o dia 10/07. O fato é que a unidade não tem as mínimas condições de receber visitas dessa natureza. Não tem efetivo, não tem estrutura, não têm locais  que os presos querem que a visita volte a ser dentro das celas a qualquer custo,  pois utilizam os familiares para levarem informações e ordens escritas para os  seus comparsas na rua e da forma que a visita vem sendo realizada não permite que a visita saia da unidade com nenhuma forma de escrita, pois o ambiente da visita é monitorado.”

Por outro lado, o Iapen não confirmou o retorno das visitas, mas sim “um estudo de viabilidade” após receber pedidos de familiares de presos e solicitações
por meio de ofícios da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

“O Iapen informa que no dia 18 de junho, foram recebidos, na Sede da Instituição, representantes de familiares de reeducandos, que cumprem pena no presídio Antônio Amaro Alves. Além da presidência do Iapen, participaram da reunião com os familiares, as Diretorias Operacional, de Reintegração, de Infraestrutura, Contratos e convênios, o chefe do Departamento de Segurança da Polícia Penal e, também a representante dos Direitos Humanos, deputada estadual Michelle Melo.
Diante disso foi tratado, dentre vários pleitos, sobre a volta das visitas familiares, de uma forma mais digna, e a atual gestão se comprometeu a realizar um estudo de viabilidade desta retomada, junto as demais solicitações. Ressalta ainda que existem dois ofícios vindos da Aleac, enviados pela Comissão de Direitos Humanos e presidência da Casa, requerendo este retorno.”