A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre (Adepol) encaminhou ofício ao governador Gladson Cameli e ao secretário de Segurança, Américo Gaia, pedindo a exoneração do delegado Henrique Maciel do cargo de delegado-geral de Polícia. O pedido ocorre após uma assembleia geral da categoria. Por unanimidade, os delegados votaram pelo desligamento de Maciel da direção da instituição. O texto é assinado pelos delegados Marcos Cabral (presidente do Adepol), Danilo César Régis Almeida (vice-presidente) e Rodrigo Noll (diretor do Conselho de Ética).
O ofício menciona que a veiculação de denúncias na imprensa local de supostas práticas de assédio sexual e moral contra Henrique Maciel colocam em xeque a credibilidade e a confiabilidade da Polícia Civil.
“Após a abertura da Assembleia, diversos associados se pronunciaram e manifestaram as suas posições e, em uníssono, ficou claro que há uma série de episódios envolvendo a atual gestão da Polícia Civil, apresentados pela imprensa e repercutidos na Assembleia Legislativa do Estado, que estão maculando profundamente o prestígio e a respeitabilidade da Polícia Civil e da figura do Delegado de Policia. É sabido que o Sistema de Segurança Pública integra diversos órgãos e que suas políticas estratégicas envolvem participação direta de todas as instituições participantes. A crise que assola a gestão da Polícia Civil está trazendo instabilidade interna e desconfiança por parte da sociedade, o que reflete na produção de seus resultados. Enquanto operadores do direito temos a convicção da necessidade do contraditório e da ampla defesa. No entanto, na gestão pública a condução de uma instituição necessita de um ambiente de transparência para que não paire quaisquer dúvidas sobre atos praticados por seus gestores.”
Em outro trecho, a entidade lembra que “a Polícia Civil, como integrante do Sistema Integrado, necessita de um clima de transparência, ética e cooperação para poder cumprir sua missão constitucional e oferecer umserviço de qualidade à população”.
No ofício encaminhado ao delegado-geral, a entidade afirma que “os delegados Integrantes da Associação dos Delegados da Policia Civil do Estado do Acre (ADEPOL) não se veem mais representados enquanto V. EX estiver na condução dos destinos da instituição” e completa: “Por tudo o acima exposto, a ADEPOL, por seus associados presentes e representados em assembleia extraordinária, deliberou de maneira unânime que V. Ex não atende mais aos requisitos da conduta ilibada e da defesa institucional, motivo pelo qual requer seu afastamento imediato da função”.
Já ao governador, a associação pede que o chefe do Palácio Rio Branco avalie para “as repercussões negativas na imagem da instituição, na segurança pública e no próprio governo”.
“Desta forma, a ADEPOL solicita que V. Ex possa se apropriar do contexto que está sendo investigado pelo Ministério Público e das notícias veiculadas nos órgãos de comunicação para avaliar as repercussões negativas na imagem da instituição, na segurança pública e no próprio governo. Enquanto funcionários públicos desejamos que toda prática de gestão esteja alicerçada em preceitos éticos e legais de modo a oferecer estabilidade interna e a segurança necessária para o desempenho eficiente e eficaz da missão pública investigativa”.