O Acre continua registrando aumento sucessivo em suas áreas de floresta desmatada. Após ter sido detectado um aumento de 80% do desmatamento em 2018 na comparação com 2017, este índice cresceu apenas 1% em janeiro último, em cotejo com igual período do ano passado. É o que mostra a mais recente análise feita pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O crescimento de 1% acontece no primeiro mês do governo Gladson Cameli (PP), que tem como seu principal discurso para o setor econômico do estado a expansão do agronegócio, em particular pelo avanço das áreas de cultivo de soja. O plantio do grão é apontado como um dos principais indutores do desmatamento na Amazônia.
O discurso do novo governo acreano - que sucede 20 anos de petismo - também é reforçado com a flexibilização das regras de licenciamento ambiental, e até a anistia de multas aplicadas pelo órgão estadual de fiscalização ambiental, o Imac.
De acordo com o estudo do Imazon, 67% do desmatamento registrado em toda a Amazônia ocorreu em áreas particulares. A análise aponta que entre agosto de 2018 e janeiro último, o Acre registrou 120 km2 de área desmatada - elevação de 118% quando se comparado com o período de agosto de 2017 a janeiro de 2018.
Foi a segunda maior elevação, atrás apenas do Amazonas (127%). Vale ressaltar que a maior parte deste desmatamento ocorreu ainda durante o governo de Tião Viana (PT).
Apesar de ele ter colocado a política da “florestania” - iniciada pelo seu irmão, Jorge Viana (PT) - de escanteio, o governo petista ainda mantinha uma política ambiental de conservação da floresta tida como bastante rigorosa - o que não travou o aumento da destruição da floresta.