Cinco dias após a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberar a retomada dos pagamentos do chamado "orçamento secreto" , o governo já distribuiu em três dias R $ 760,8 milhões para atender indicações de parlamentares. A cifra equivale a valores empenhados entre os dias 7 e 9 de dezembro.
Em primeiro lugar da retomada da liberação de recursos do orçamento secreto ficou no Acre, que introduziu R$ 189,53 milhões. A quase totalidade do valor, R$ 182,3 milhões, foi para o prefeito da capital, Rio Branco, Tião Bocalom. O político do PP é aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro. O Acre também é uma base eleitoral do senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator do Orçamento Geral da União para 2021, que também é aliado local do prefeito de Rio Branco.
Na terça-feira, quando o governo federal voltou a distribuir os recursos, foram empenhados R $ 9,2 milhões. No dia seguinte, mais R $ 104,6 milhões. Nesta quinta-feira, foram empenhados mais R $ 646,9 milhões, totalizando, nesses três dias, R $ 760,8 milhões liberados. No topo da lista dos agraciados estão os estados do Acre, Minas Gerais e Piauí. Para eles foram aplicados R $ 432,9 milhões, o equivalente a 56% do total liberado.
Antes da suspensão do orçamento secreto, Minas Gerais já figurava como campeão de liberação de emendas assinadas pelo relator do orçamento a partir de indicação secreta de parlamentares. O estado já tinha R $ 1 bilhão empenhado no ano. São Paulo, com R$ 783 milhões, estava em segundo e Bahia, com R $ 719 milhões, em terceiro. Acre, com R $ 223 milhões, e Piauí, com R $ 257 milhões, não figuravam nem mesmo entre os dez maiores contemplados.