Em seu último discurso na Câmara dos Deputados, o deputado federal Leo de Brito (PT/AC) fez uma retrospectiva de seus dois anos de mandato, que assumiu após Manoel Moraes ter mandato cassado. O mandato encerra dia 31 de janeiro, mas os parlamentares realizaram a última sessão do ano nesta quarta-feira, 21.
Leo de Brito revelou que há quatro anos, ao perder as eleições de 2018, jamais imaginou que pudesse estar na Câmara novamente. Mas, segundo ele, quis o destino que ele retornasse ao mandato em 06 de novembro de 2020.
“No período em que estive aqui nesta Casa, fui testemunha e protagonista de momentos marcantes da história do nosso Brasil. É como se, literalmente, estivesse caminhando sobre páginas grandiosas de nossa história”, pontuou.
O parlamentar petista recordou que no dia em que assumiu seu primeiro mandato, em 1° de fevereiro de 2015, o deputado Eduardo Cunha assumia a presidência da Casa na noite do mesmo dia. “E de lá para cá, as crises e a destruição do nosso país se sucederam em uma escalada de golpes e retrocessos sem precedentes, que redundaram na eleição do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, uma das figuras mais repugnantes e destrutivas que já ocuparam o cargo mais importante da nossa República”, acrescentou.
Brito lembrou ainda que se despediu do seu primeiro mandato, em 2018, depois do golpe contra a presidenta Dilma em 2016, das Reformas que tiraram os direitos dos trabalhadores, como a trabalhista e a aprovação da Emenda Constitucional n° 95, que instituiu o teto de gastos.
O parlamentar destacou que em seguida ocorreu a condenação e prisão do presidente Lula, a derrota da Frente Popular no Acre, depois de ter transformado o Estado por 20 anos. “E, sobretudo, depois da maior de todas as derrotas que nosso país já teve com a ascensão do fascismo à presidência, com Bolsonaro, jamais imaginaria que conseguiríamos uma reviravolta tão extraordinária como a que estamos vivendo neste momento”, disse.
Leo comentou que nos momentos em que esteve fora da Câmara, entre 2019 e 2020, viveu a angústia de ver a escalada autoritária, do arbítrio, da desumanidade e da destruição deste país e da democracia pelo atual presidente, sem poder usar esta tribuna para defender nosso povo, diante de tamanha calamidade.
“O destino me colocou de volta a esta Casa para combater a corrupção, o orçamento secreto, a destruição das instituições, do serviço público, a politização das Forças Armadas, as fake News, a destruição da Amazônia e toda sorte de ações e omissões de um governo cujo principal “legado” é a volta da fome em nosso país.
Mas quis o destino, senhoras e senhores, que em um verdadeiro levante cívico, as forças democráticas deste país se unissem em torno do nome do nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o único capaz de derrotar Bolsonaro e sua máquina fascista alimentada a partir do governo, para sacramentar a maior de todas as vitórias eleitorais, no dia 30 de outubro de 2022”, declarou.
O parlamentar concluiu dizendo que, ao contrário de 2018, encerra seu mandato como um grande vitorioso.
“Quis o destino que fosse chamado novamente para ajudar a virarmos esse jogo, a devolvermos a democracia a este povo sofrido, a devolvermos as instituições tão importantes para a nossa cidadania, para devolvermos a harmonia entre poderes, tirarmos milhões de brasileiros da fome e da miséria, gerarmos oportunidades para todos, educação e saúde para todos. Para mostrarmos a todos brasileiros e brasileiras que somos uma única nação, convivendo com nossas divergências. A vitória de Lula, das instituições democráticas consagradas na Constituição de 1988 e a derrota do fascismo são a maior demonstração dessa força! Viva o nosso Brasil e nosso povo brasileiro”, concluiu.
Brito acrescentou ainda que conclui o mandato com o sentimento de ter servido ao país e ao Estado do Acre. “Levo comigo as amizades e o aprendizado, a gratidão aos meus familiares, aos colegas, aos assessores, aos servidores e à imprensa. Sucesso à nova legislatura! Sucesso ao governo Lula e à reconstrução deste país! E como dizia Che Guevara: Hasta la victoria! Siempre!”.
Antes de encerrar as atividades legislativas, uma das últimas votações realizadas na Câmara foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Bolsa Família que garante R$ 600 por criança de até 6 anos e aumento real do salário mínimo.
Leo de Brito comemorou o fim do Orçamento Secreto. “Todas essas foram bandeiras defendidas ao longo do mandato e na campanha à reeleição”, lembrou.