Após divulgação de reportagem com denuncias de supostos crimes cometidos pelo empresário que veio ao Acre após denunciar um suposto esquema de superfaturamento praticado pela MedTrauma na venda de materiais ortopédicos para a Secretaria de Saúde do Acre, ele emitiu uma nota rechaçando as denúncias de estelionato e tráfico de influência.
Frederico Bispo afirma que "as pendências são coisa do passado" e que acertou todas as dívidas de campanha com os cabos eleitorais que o denunciaram por estelionato. Ele atribuiu o problema ao partido que era filiado. Bispo destaca ainda que todos os processos foram arquivados juntamente com a denúncia de suposto tráfico de influência praticado quando era servidor do Senador Federal.
Por telefone, ele informa que “pode até parecer oportunismo minha vinda ao Acre, mas não é. Além do prejuízo aos cofres públicos, estamos falando de vidas que correm perigo com uma atividade ilegal de uma empresa que não obedece aos requisitos técnicos e legais para manter um contrato de importância tão elevada para população. Até mesmo porque eu ou as empresas que represento nunca fornecemos sequer um parafuso para o Acre. Minha intenção é que esse lastro de fornecimento ilegal, não se espalhe pelo Brasil, como foi feito com a Ata do Acre, que foi levada para os estados de Roraima, Mato Grosso e sua capital Cuiabá”, diz Frederico.
Leia a íntegra da nota abaixo:
Prezados Acreanos,
É com naturalidade que recebo os ataques, via parte da imprensa, de pessoas que se sentiram ofendidos com a minha vinda ao Acre, para expor o contrato ilegal e superfaturado da SESACRE com a MEDTRAUMA. Minha intenção sempre foi alertar ao Governo Estadual, contribuir com as investigações do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Controladoria Geral da União e também da Assembleia Legislativa, ou pelo menos para os deputados realmente interessados, para fiscalizarem a origem do contrato, sua execução e coibir abusos e superfaturamentos, especialmente se comparados com o Estado vizinho, Rondônia, nos preços de materiais cirúrgicos, com uma diferença média de cerca de 700% mais caros no Acre.
O material denominado Placa de Reconstrução 3,5mm em Rondônia, custa R$ 181,94. Em março de 2023, a SESACRE pagou R$ 1.799,94, uma variação de 837,76%, pelo mesmo material. Uma Haste de Tíbia, é pago pela Secretaria de Saúde de Rondônia, R$ 882,60, já pela SESACRE foi pago R$ 6.578,34, ou seja, 645,34% a mais.
Na matéria publicada pelo Notícias da Hora, é afirmado que sou dono da empresa Síntese. Não sou proprietário e sequer faço parte do quadro societário, sou diretor da empresa.
Com relação aos boletins de ocorrência, datados de 2018, após as eleições daquele ano, é bem verdade que cabos eleitorais tiveram o dissabor momentâneo de não terem recebido seus pagamentos, por descontrole de gastos eleitorais do partido político, ao qual eu era filiado à época. Eu prontamente assumi a dívida e paguei a todos, aliás, todos os boletins de ocorrências e processos judiciais, foram arquivados e/ou decididos em meu favor, que com recursos próprios paguei aos que foram momentaneamente lesados, repito, pelo partido político.
Com relação ao boletim de ocorrência de Macapá – AP, o denunciante se trata de ex-funcionário da empresa em que sou diretor. O mesmo está desde 2019 sendo processado por ter furtado materiais da empresa e vendido clandestinamente, em Belém e Paragominas, ambas no Estado do Pará. Eis a razão para a denunciação caluniosa que não prosperou.
Com relação ao boletim de ocorrência que alega exercício ilegal da advocacia, o mesmo foi firmado em entrevistas no Estado de Mato Grosso, que erroneamente me qualificaram como advogado. A denúncia não prosperou, afinal eu nunca me apresentei como tal, nunca atendi a qualquer pessoa e aliás, o repórter deste veículo ao me questionar se eu era advogado, eu afirmei categoricamente que não. A entrevista foi gravada, logo, espero que o mesmo ainda a possua.
Com relação ao boletim de ocorrência de hotel, eu sequer tinha conhecimento do mesmo, até mesmo porque o hotel entrou em contato posteriormente a minha saída e constatou que se tratava de erro no sistema, que gerou cobrança indevida, razão pela qual, conforme narrado, ouve tratativas ainda no hotel. Ao final, ficou constatado que havia valor inferior ao alegado no primeiro momento e o mesmo foi imediatamente pago.
Com relação aos citados oito processos em Mato Grosso, a autoria deles são dos sócios da Medtrauma e autoridades daquele Estado, envolvidas diretamente ou indiretamente na contratação da empresa, pelo poder público. Acredito que outros processos virão, entretanto, aguardo pacientemente por cada um, municiado com vasta documentação comprobatória.
Sobre a CPI, no Congresso Nacional, chamada de CPI do Cachoeira, realmente meu nome foi citado, pois como é sabido, eu era assessor do Senado Federal. Eu sequer fui ouvido, não fui indiciado, meu nome não consta
no relatório final e o senador com quem eu trabalhava a época, inocentado completamente, logo a citação não passou de ataques de desafetos políticos, do mandatário com quem eu trabalhava.
Com relação a matéria de 2009, que tratou sobre supostamente, na qualidade de assessor do Senado Federal, eu teria fretado um jato para ir a Maceió, em Alagoas, a matéria é comprovadamente mentirosa, até mesmo porque é válido esclarecer que assessores do Senado Federal, não possuem prerrogativas legais para solicitar que este custo seja arcado pelo poder público e, muito menos condições financeiras para pessoalmente arcar com a despesa, que diga-se de passagem é altíssima. Então, como pode um simples assessor ter feito isso?
Informo que foi instaurado a época, em 2009, procedimento interno que apurou e constatou que este episódio foi ardilosamente arquitetado por desafetos políticos, que maliciaram maldosamente o trabalho de acompanhamento processual, inerente a função de assessores. Fui inocentado sumariamente e sequer foi instaurado qualquer processo.
Enfatizo que não respondo e nunca respondi a qualquer processo administrativo ou judicial, por improbidade ou lesão aos cofres públicos.
Espero que os agentes públicos, ao se deparem com a constatação de que o contrato da Medtrauma fere os princípios da medicina, infringe normas e leis sanitárias, estimula a fraude fiscal e é extremamente lesivo ao Estado, com o altíssimo sobrepreço e superfaturamento. Espero ainda que os agentes públicos possam refletir e terem a responsabilidade que os cargos lhe conferem, de gerirem com retidão, coerência e economicidade os recursos estaduais, ou seja, pagos com o dinheiro do povo do Acre.
Frederico Aurélio Bispo.