A crise na Segurança Pública do Acre aumenta a cada dia mais. A constatação é nítida nas redes sociais e nas falas das autoridades que controlam o setor. Enquanto o governador Gladson Cameli viaja por questões de saúde, o vice-governador Major Rocha e o comandante da Polícia Militar, coronel Ulysses Araújo, fazem check-in nos Estados Unidos.
A informação, dada durante a coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, dia 20, na Casa Civil, revela o cenário organizacional do governo acreano. Sem os titulares, os substitutos tentam “apagar o incêndio” ocasionado pela onda de violência chefiada por criminosos ligados às organizações criminosas que atuam em solo acreano.
O governador em exercício, deputado estadual Nicolau Júnior, foi quem ficou no comando do Palácio Rio Branco. Sem saber exatamente o que falar à imprensa sobre a crise que assola o setor de segurança, acabou soltando a informação de que Rocha e Ulysses foram para os Estados Unidos, participar de um encontro sobre o assunto.
Se agora a equipe de segurança, indicada por Major Rocha, é contra a intervenção federal no Acre, antes, era o próprio Rocha, enquanto deputado federal, quem exigia que o governo de Tião Viana (2015-2018) sofresse intervenção devido à escalada de tensão entre polícias e facções criminosas.
O secretário de Justiça e Segurança Pública, Paulo Cezar, destacou que a segurança das fronteiras deve ser a prioridade do governo brasileiro e que o assunto “intervenção federal” necessita de diálogo e discussão. Ele destaca a sugestão, dada pelo deputado estadual Roberto Duarte, como irrelevante para o momento. Propõe que a União cumpra as funções constitucionalmente estabelecidas.
“As declarações do Deputado em questão surgem num momento sensível e que carece de reflexão de todos que tem influência sobre a segurança da sociedade, pois acredito que simplesmente requerer intervenção federal é irrelevante, pois antes de requerer intervenção temos que solicitar que a União cumpra seu papel constitucional quanto aos fatores que impulsionam a violência”, pontuou.
Já durante a coletiva, o secretário adjunto de Cezar, coronel Ricardo Brandão, destacou que está acionando todos os órgãos de segurança da União para que tenha ajuda na captura de presos foragidos e dos responsáveis pelos crimes que vêm ocorrendo nos últimos dias em todo o estado. Até a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi solicitada.
“De maneira paralela, nós determinamos, tanto ao Iapen, quando ao Instituto Socioeducativo, a realização de buscas e verificações como medida preventiva, para evitar que novos episódios como os de hoje ocorram novamente. Também acionamos os corregedores da Polícia Militar e do Iapen para que iniciem oitivas com os servidores”, revelou o gestor.
Enquanto Gladson, Rocha e Ulysses viajam, substitutos tentam resolver crise na segurança
João Renato Jácome