Nos 57 anos de estado, governador exorta população acreana a “se encher de confiança por um novo amanhã: mais humano, mais justo e mais desenvolvido”
O governador Gladson Cameli protagonizou, neste sábado, 15, um dos momentos mais lindos da história recente do estado, ao reavivar o sentimento de acreanidade entre as famílias presentes no Calçadão da Gameleira, por ocasião dos 57 anos em que o Acre deixou de ser território para se tornar estado.
Tarde agradável, tendo de um lado o casario clássico da rua Senador Eduardo Assmar, e do outro, o rio Acre, ao pé do mastro da Bandeira Acreana, palco de uma das maiores batalhas entre brasileiros e bolivianos na Revolução Acreana, Gladson Cameli reafirmou os valores patrióticos que todo acreano deve sentir no coração, como herança dos bravos combatentes do passado.
Para uma plateia de trabalhadores, pais de família, donas de casas, idosos jovens e crianças, o governador Gladson Cameli disse se orgulhar do passado glorioso do estado.
“Sim! Temos história! Uma das mais belas histórias de garra, brasilidade e determinação que o nosso país pode contar”, bradou, em tom emocionado. “Mas temos também futuro, e que começa a ser resgatado pelo nosso tempo”, ressaltou Cameli.
Nas palavras do governador, “o Acre, que hoje completa 57 anos, comemora o seu passado, se enchendo de confiança para a chegada de um novo amanhã: mais humano, mais justo e mais desenvolvido”.
“Tudo o que conquistamos foi com imensa luta. Tudo o que fazemos é para preservar a paz! O Acre, meus irmãos, é um estado revolucionário. Conosco, o Brasil compreendeu o valor do sentimento patriótico de quem é capaz de oferecer a vida para ser integrante do nosso país”, asseverou o comandante da instância máxima da Administração Executiva do Estado do Acre.
Como acontece tradicionalmente, no início da cerimônia, Gladson Cameli passou a tropa em revista, para em seguida, jovens do Projeto Cívico Militar do Instituto Socioeducativo entoarem o Hino Cruzeirense, numa homenagem à ele, que nasceu no município de Cruzeiro do Sul.
Após o hasteamento da Bandeira Acreana, cujas honras foram seguidas sob os acordes do Hino Acreano, o escritor Jackson Ramos, presidente da Academia Juvenil Acreana de Letras, fez a leitura da saga do Acre, desde as disputas com a Bolívia até tornar-se brasileiro, terminando por ser elevado de território para estado. Ao final, o coral de alunos do Colégio Militar surpreendeu, ao cantar a música Happy, de Pharrell Willians.
Em 1962, o presidente João Goulart assinou Lei 4.070, cujo autor foi o então deputado federal pelo acre, Guiomard Santos. Mesmo a contragosto de Goulart, cujo partido, o PTB, era contra o projeto de tornar o território do Acre, estado, o documento foi aprovado e entrou em vigor no dia 15 de junho do mesmo ano.
“Futuro do estado será de muita prosperidade, justiça e paz”
Como neto das primeiras famílias que chegaram para desbravar a região do Vale do Juruá, o governador Gladson Cameli optou por um discurso que chamasse os acreanos à reflexão sobre a importância de cada um deles para o estado, e deu como exemplo o tio, o ex-governador Orleir Cameli, “que sonhou em fazer o Acre encontrar o seu destino de prosperidade, justiça e paz para o seu povo”.
“Essa é a missão que Deus me confiou e que procuro cumprir com equilíbrio e orgulho”. Segundo Gladson Cameli, “o Acre que hoje comemoramos já é melhor que o Acre do passado recente. Mas ainda está longe daquele que queremos e que teremos para o futuro próximo. Quero dizer que esse é o nosso caminho natural”.
“Vejam: o Brasil deu ao Acre uma bandeira. Mas o Acre deu ao Brasil a marca pela qual é reconhecido no mundo todo: a nossa capacidade de mediar o diálogo”, pontuou Cameli.
“Por isso, eu digo a todos vocês: o Acre é grande demais para pertencer a apenas um grupo, uma corrente, um pensamento ou uma geração. Essa é a missão que hoje, como governador, eu cumpro: a de restabelecer o Acre para os acreanos. Um trabalho de sol a sol”, complementou o governador, referindo-se à sua forma democrática de governar, sem perseguição e em sintonia com todos os setores da sociedade.
Uma deferência especial foi feita a todos os trabalhadores, quando ele disse que “Esse mesmo sol que, assim como o acreano, é o último a se por, na Serra do Moa, enquanto o Brasil já dorme, os acreanos de imenso valor ainda trabalham e é para eles, para os milhares de trabalhadores e heróis do dia a dia que o nosso trabalho é feito”.
Participaram da solenidade, autoridades civis e militares, do Poder Judiciário, do Legislativo, secretários de estado e a família do primeiro governador do Estado do Acre, José Augusto de Araújo, representado pelo filho, Lauro Veiga de Araújo.