Enquanto a ponte não é inaugurada, motoristas pagam caro para atravessar o rio Madeira de um lado para o outro em balsa e continuar a viagem pela BR-364 no trecho que liga Acre e Rondônia.
O preço da travessia varia de acordo com o tamanho do veículo e o peso. Motoristas em carros leves pagam R$ 20. Já em um bitrem o valor pode custar entre R$ 143 (vazio) e R$ 210 (carregado) e de ônibus, R$ 70. O preço para transportar um trator de esteira é R$ 290.
"Esse é um dos motivos do nosso desejo que saia essa ponte. Mas não é só isso, não. Tem também a demora. Isso aqui atrasa muito o transporte. 50 minutos, uma hora em média", diz o caminhoneiro Sebastião Dantas Andrade.
Para motoristas, a ponte é o fim de um imenso atraso na viagem. Para moradores de Vista Alegre do Abunã, distrito de quatro mil habitantes, o acesso significa progresso.
O vendedor ambulante Isaac Sabala Cardoso, que sai de sua casa em Vista Alegre diariamente para vender bananinha e suco na balsa, não teme o fim do serviço de travessia. Ele acredita que a ponte pode ser o início da possibilidade de instalação de empresas com novos postos de trabalho no lugar onde mora.
Isaac e Hanna Vitória são vendedores na balsa e acreditam que a ponte do Madeira representa progresso para a Vista Alegre do Abunã, distrito onde eles moram
"A Vista Alegre pode se desenvolver mais, pode surgir mais trabalho pra cada pessoa. Muita gente de São Paulo evita de vir para Vila [Vista Alegre do Abunã] por causa disso, da balsa."
Vista Alegre é impulsionada pela exploração de madeiras, grandes serrarias e serviços.
Hana Vitória, que também é vendedora na balsa, espera que a ponte seja o começo de um progresso aguardado na região. "A gente sabe que vão acabar as vendas aqui, mas vai melhorar muito porque podem surgir novas oportunidades", acredita.
Na Vila da Balsa, lugar pequeno formado pelas poucas casas dos trabalhadores da balsa, às margens do rio Madeira, há quem planeja continuar vivendo no local mesmo com o fim do serviço. Outros aguardam o dia da inauguração da ponte para se despedir do lugar em que viveu durante anos com vínculo empregatício e formou família.
A ponte, que tem mais de mil metros de extensão, começou a ser construída em 2014 e já consumiu mais R$ 130 milhões dos cofres da União.
A obra já deveria ter sido inaugurada, porém por paralisações por conta de cortes orçamentários houve atraso na entrega.
A promessa era de inauguração ano passado, o que não aconteceu. A data de entrega foi remarcada para este ano. Detalhes separaram a obra de sua inauguração.
Trabalhadores da empresa responsável pela construção terminaram há um mês a pavimentação asfáltica na elevação construída para acesso à ponte.
Tabela de preços para travessia na balsa