..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

POLÍTICA

Escalado por Lula, Haddad tem teste em almoço com banqueiros como nome forte para assumir Fazenda

Escalado por Lula, Haddad tem teste em almoço com banqueiros como nome forte para assumir Fazenda

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalou Fernando Haddad para representá-lo nesta sexta-feira, 25, no almoço anual de dirigentes dos bancos na Febraban com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.


A escalação foi feita por Lula como um teste para ver a aceitação do nome do ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo como o mais provável a assumir o comando do Ministério da Fazenda. A ideia é que ele faça uma dupla com o economista Persio Arida na equipe econômica do seu terceiro mandato na Presidência.


Com esse gesto de Lula, a ideia é que Haddad mostre que tem todas as condições políticas e técnicas para ocupar o cargo. Lula vai colocar Haddad para fazer outras “conversas” com representantes do mercado nos próximos dias.


Lula também vai se reunir pela manhã, em São Paulo, com aliados para tentar dar andamento às negociações - hoje travadas - da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Estarão presentes o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB); a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) e o senador Jaques Wagner (PT-BA).


Apesar da articulação, Haddad sofre resistências do mercado financeiro e também do meio político do Congresso, inclusive de parlamentares do próprio PT. Barreiras que os apoiadores à escolha do seu nome no PT acreditam que podem ser superadas.


Com a ideia de Persio Arida na equipe econômica, esse caminho poderia ser pavimentado na avaliação dos defensores do nome de Haddad. Uma forma de diminuir as resistências com Arida no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

 

A grande questão é se Arida, considerado um dos economistas mais brilhantes de sua geração e um dos formuladores do Plano Real, aceitaria ser uma figura secundária numa pasta que sempre foi considerada de menos poder na Esplanada, antes da formação do superministério da Economia de Paulo Guedes, que será dividido por Lula.


Com a necessidade de reforma não só do arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, mas também da gestão orçamentária, o novo Ministério do Planejamento poderia ganhar outro patamar, principalmente no caso de Lula resolver tocar a reforma administrativa, de reestruturação do serviço público.
Um tema caro na agenda de Arida é a modernização da administração pública e da instititucionalização de buscas de resultados no serviço público, começando pelo processo de execução orçamentária financeira, cuja legislação é dos anos 60.


Por outro lado, é na equipe oriunda do antigo Ministério do Planejamento que se dão as negociações salariais do funcionalismo – um espeto complicado em tempos normais e muito mais difícil depois de anos de reajustes salariais congelados por Paulo Guedes. As negociações do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão que consiste na transferência de verba a parlamentares sem critérios de transferência em troca de apoio político, são outra dor de cabeça para quem sentar na cadeira do Planejamento, concentrador da gestão orçamentária.


Já a possibilidade de Arida ocupar uma secretária-executiva de um ministério comandado por Haddad, que circulou nesta quinta-feira, 24, no mercado financeiro, é considerada muito difícil (ou mesmo quase zero), segundo pessoas próximas a ele.


A senha de que a definição do nome para o Ministério da Fazenda por Lula está próxima foi dada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), que defendeu nesta quinta a indicação para facilitar a negociação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que enfrenta dificuldades de negociação no Congresso.
O grupo de aliados de Haddad considera que o seu nome estaria se “afunilando”. Quem é contrário à indicação e tem proximidade com Lula, aconselha que o ex-prefeito deveria ser conduzido para uma ministério que conte com uma agenda positiva. O que não é o caso do Ministério da Fazenda, onde o ministro tem em boa parte do tempo que dizer não.