Dois dias após decretar estado de alerta em todo o estado, o governador do Acre, Gladson Cameli, publicou em edição extra do Diário Oficial do Estado neste domingo, 25, o decreto de número 11.414, que estabelece emergência em 17 cidades do estado atingidas por inundações, seja de rios ou igarapé.
A medida, que tem validade de 180 dias, passou a valer a partir da data de publicação e abrange as cidades de Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.
Os municípios mais críticos são Assis Brasil, Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Jordão, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Tarauacá e Xapuri.
Além dos rios, o Estado também destacou o transbordamento de igarapés, que estão impactando consideravelmente no cenário da cheia. Na mesma edição do DOE, Brasileia, Plácido de Castro, Epitaciolândia, Jordão, Santa Rosa do Purus e Tarauacá declararam situação de emergência. Todos os decretos têm como base dados da cheia dos rios e igarapés do estado.
Em Jordão, onde a prefeitura decretou também calamidade pública, as águas atingiram quase toda a cidade e a Energisa fez o desligamento de 651 unidades consumidoras. Para Santa Rosa do Purus foi enviado reforço das equipes também.
O secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, esteve em Jordão prestando apoio aos moradores e também avaliando a questão do hospital, que foi atingido pela cheia do rio e teve perdas significativas.
“Com a subida do rio, tivemos nosso hospital alagado e tivemos a perda da nossa ambulância, dos nossos materiais, perdas de medicamentos, equipamentos da unidade e no momento estou sendo o ponto focal do governo, brifando e passando as autorizações e já teremos um avião trazendo alguns mantimentos, água potável para comunidades isoladas e está sendo elaborado um relatório para traçar as próximas medidas”, disse.
O decreto de emergência facilita o acesso a recursos federais em casos de eventos extremos como esse. No documento, o governo destaca ainda que “fica a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil constituída como unidade gestora orçamentária, podendo ordenar despesas atinentes a créditos abertos para atender atividades de defesa civil, bem como movimentar contas bancárias ou fundos específicos.”
A organização, tomada de decisões e direcionamentos continuam sendo coordenados pelos órgãos de Defesa Civil.
O coronel Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil estadual, destacou que o Estado tem mobilizado e disponibilizado todos os esforços para atender os municípios do Acre.
“O governo tem publicado alguns decretos e já entrou em contato com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para a solicitação de recursos complementares para atender a necessidade das populações atingidas em todo o Estado”, pontuou.
Reforços nos municípios
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC), coronel Charles da Silva Santos, enfatizou que as equipes estão desde o início da semana detectando as áreas mais atingidas e atendendo a população.
“Estamos nesse primeiro momento realizando atendimento operacional e organização em alguns municípios. Por exemplo, Jordão, que a situação está crítica, foi enviado uma equipe tanto pelo Corpo de Bombeiro, como pela Secretaria de Saúde, para organizar abrigos, dar os primeiros atendimentos e fazer levantamento de informações para que o Estado tenha condições de apontar os recursos necessários para atender aquela população.”
Essas informações são cruciais, porque são usadas para destinar os esforços e definir as ações em cada município, atendendo a demanda específica de cada um deles. Da mesma forma que está ocorrendo em Jordão, vai ser feito em Santa Rosa do Purus e demais cidades.
“Estão sendo também catalogadas todas as informações necessárias desse atendimento e os danos causados pelas cheias e, assim centralizado na Defesa Civil do Estado, visando justamente subsidiar tanto o governador pelas ações e decisões, como também solicitar ajuda do governo federal naquilo que é possível. E, ao mesmo tempo, dar o aporte necessário para os municípios que são os que estão de frente com esse problema. Dessa forma, o Estado, entra como apoiador em todas essas esferas”, destaca.
O secretário de Governo, Alysson Bestene, reforçou que todas as medidas necessárias para tentar amenizar o impacto da cheia estão sendo tomadas dentro da urgência que o cenário requer. Enfatizou ainda a atuação em parceria com a bancada federal.
“O Estado lança o decreto emergencial, principalmente nas regiões, em cidades que se agravaram bastante com a cheia. Toda a equipe do governo está se deslocando para essas áreas e vamos continuar tendo esse monitoramento e as ações por meio da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para atender todo o Estado. Acho que essa união, essa parceria do ente federativo, estadual e municipal, é que vai dar melhores condições para fazer essa ação humanitária para essas famílias”, finaliza.