O Estado do Acre, por meio da secretaria de estado de indústria, ciência e tecnologia (Seict) e a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), vai criar a zona franca de bioeconomia, projeto que visa estimular de forma responsável a industrialização na Amazônia acreana. O compromisso faz parte do documento final encaminhado pelo Fórum de Bioeconomia da Amazônia, que durante três dias reuniu acadêmicos, cientistas, donos de startups, servidores públicos e palestrantes no auditório do Sebrae, em Rio Branco.
O titular da Seict, Assurbanipal Mesquita, garantiu que o debate será permanente e que o próximo passo é buscar recursos para fortalecer a pesquisa e fortalecer o ecossistema com inovação e desenvolvimento bioeconômico.
Debate reuniu acadêmicos, cientistas, startups e servidores públicos no auditório do Sebrae-Ac
“Estimular a pesquisa é fundamental para que a matéria-prima regional se torne a base para o desenvolvimento sustentável. O projeto é de inclusão, para que as comunidades possam se sentir garantidas, com produção de valor agregado e geração de emprego e renda. Iniamos um grande movimento em favor da Amazonia”, acrescentou Mesquita.
A coordenadora do evento, diretora de planejamento da Funtac, Mirla Miranda, assegurou que agora serão identificadas as áreas potenciais a partir dos produtos apresentados no Fórum com o aval dos palestrantes.
“Com apoio do nosso governador que é o grande incentivador desse projeto e também do senador Alan Rick, vamos até as comunidades preparar as pessoas. Depois é criar grupos de trabalho para desenvolver a zona franca de bioeconomia” analisou Miranda.
Para o chefe-geral da Embrapa, Bruno Pena, o encontro superou as expectativas por apresentar as oportunidades de negócios a partir da floresta. Ele defendeu uma bioeconomia inclusiva “que permite a inserção no sistema produtivo com melhoria de qualidade e renda, das pessoas que dependem da floresta para viver”, disse.
Especialista em desenvolvimento de produtos, embalagens branding, José Luiz de Paula, um dos palestrantes do evento
Ainda de acordo Pena, o arranjo produtivo vai possibilitar que as pessoas, as comunidades, se sintam bem em cuidar dos seus espaços. Para a Embrapa, as iniciativas apresentadas no Fórum inspiraram a todos que participaram. “A bioeconomia precisa da tecnologia, é preciso descobrir moléculas, saber como produzir melhor recuperando áreas degradadas. A Embrapa está inserida nesse processo”, concluiu Bruno Pena.
“A floresta é uma grande escola” garantiu José Luiz
Para o especialista em desenvolvimento de produtos, embalagens branding, José Luiz de Paula, existem vários conceitos de bioeconomia no Acre. Para ela, “a floresta é uma escola”. Paula defendeu a criação de uma marca do estado que supra as necessidades dos amazônidas que vivem nessa região.
“Ancoramos como palestrantes o desenvolvimento de um trabalho com reflexo a médio e longo prazo, com políticas voltadas para a bioeconomia prática. O desafio é sair da teoria”, comentou o especialista.
Durante o Fórum de Bioeconomia José Luiz assegurou que para geração de emprego e renda é preciso tirar proveito do que a floresta oferece de melhor. “Mas, para isso, é preciso estar conectado a inovação, assim, cada minuto da vida profissional vai obter sucesso e resultado”, concluiu.