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POLÍTICA

“Estamos com muito medo com que vai acontecer nas eleições deste ano”, diz líder Ashaninka

“Estamos com muito medo com que vai acontecer nas eleições deste ano”, diz líder Ashaninka

O líder indígena Ashaninka Francisco Piyãko comentou a respeito de projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional que impactam diretamente na vida dos povos indígenas como, por exemplo, a garimpagem e outras atividades econômicas que não são sustentáveis.

“Tem algumas coisas que estão passando no Brasil que a gente fica muito preocupado. Estão querendo inventar coisas, criar coisas. E, nós trabalhamos o contrário na nossa comunidade. É se afastar de muitas coisas e isso vai permitir você caminhar para uma paz e uma tranquilidade”, disse a liderança durante encontro com o fotógrafo Sebastião Salgado, em São Paulo, no Sesc Pompeia para discutir a Amazônia e a situação dos indígenas no Acre.

Piyãko afirmou que a globalização acaba sendo ruim para as sociedades, que acabam perdendo suas identidades. “São várias culturas seguindo a regra de um sistema e deixa de ser povo. Deixa de ser coletivo e aí o sistema aponta os caminhos, as regras e a vida começa a ser desse jeito”.

Francisco Piyãko disse, ainda, que os povos indígenas seguem atento ao governo considerado "nocivo” de Bolsonaro. Para ele, a sensação instalada nas aldeias hoje é de medo e apreensão com as mudanças que podem ocorrer. “Por mais que a gente tenha um estado que tem que cumprir a Constituição que nos dá a proteção, tem um estado hoje que temos a sensação que trabalha contra nós. Nós temos medo de chamar um estado para dentro da nossa casa, porque não sei o que vai acontecer. Então, estamos administrando um tempo que espero que passe. Não sei se o povo brasileiro está sentindo isso. Esse é um ano que milhões e milhões de brasileiros vão precisar a ajuda a decidir esse futuro. Nós estamos com muito medo com que vai acontecer nas eleições deste ano. Um Congresso muito ruim para nós. Não só ruim para nós, porque não somos uma ilha”, desabafou.